Nos últimos dez anos, o Brasil alcançou uma redução impressionante de 50% na mortalidade por hepatite B, com os óbitos caindo de 0,2 para 0,1 por 100 mil habitantes. A hepatite C também viu uma diminuição notável, com um declínio de 60% em seu coeficiente de mortalidade. Esses dados, extraídos do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, revelam os avanços significativos na luta contra essas doenças.
A distribuição das hepatites varia pelas regiões do país, com hepatites B e C predominando nos centros urbanos das regiões Sul e Sudeste, enquanto a hepatite D está especialmente concentrada na Região Norte, onde 72% dos casos são registrados. A hepatite A, por sua vez, mostrou uma queda expressiva nas regiões Norte e Nordeste, onde antes era mais comum.
A introdução da vacina contra a hepatite A no calendário vacinal para crianças de 15 meses a 4 anos resultou em uma diminuição de 99,9% dos casos em menores de 10 anos. Em 2014, eram 2.853 casos registrados nessa faixa etária, enquanto em 2024, esse número caiu para apenas 43.
Entretanto, desde 2022, observou-se um aumento dos casos de hepatite A entre jovens adultos, especialmente na faixa etária de 20 a 40 anos, com uma predominância de homens. Para enfrentar essa mudança, campanhas de conscientização e vacinação estão sendo intensificadas, conforme ressaltou Mario Gonzalez, coordenador-geral de Vigilância das Hepatites Virais. “Nós temos uma alta prevalência de anticorpos contra hepatite A na população, mas o vírus circula menos, tornando os adultos jovens mais suscetíveis”, explica.
No que diz respeito à hepatite B, mais da metade dos casos ainda se dá por transmissão sexual, mas a detecção em gestantes caiu 55% ao longo da última década. A vacinação de recém-nascidos também evoluiu, subindo de 72,7% para 94,19% na aplicação da primeira dose em dois anos.
Quanto à hepatite C, a redução de 60% na mortalidade é atribuída ao acesso a antivirais de ação direta através do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014. A maioria dos casos registrados tem afetado pessoas acima de 40 anos, muitas das quais foram expostas ao vírus na infância, principalmente devido a práticas de saúde inadequadas da época.
Neste contexto, o Julho Amarelo destaca a importância da conscientização sobre hepatites virais, incentivando a população a se informar e a realizar testes gratuitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Embora a hepatite B possa ser controlada com tratamento adequado e a hepatite C tenha cura, a prevenção continua sendo a melhor estratégia para evitar essas doenças.
A luta contra as hepatites virais é uma responsabilidade de todos. Vamos juntos espalhar a conscientização e garantir que mais pessoas tenham acesso às informações e cuidados necessários. Que tal compartilhar sua opinião ou experiência sobre o tema? Comente abaixo!
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