Os principais veículos de comunicação da Europa chamam a atenção para a recente decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, onde Trump criticou o tratamento que o Brasil está dando ao ex-presidente Jair Bolsonaro, caracterizando isso como uma “caça às bruxas”.
A carta enviada por Trump a Lula revela que a medida afetará todas as exportações brasileiras, com início previsto para agosto. Além disso, produtos como alumínio e aço, já taxados, poderão receber tarifas adicionais. Apesar da justificativa sobre o déficit comercial, dados do Departamento de Comércio dos EUA indicam que, em 2024, houve um superávit de aproximadamente US$ 7,4 bilhões nas trocas comerciais entre os dois países.
Na Europa, o jornal Le Monde destaca como Trump usa as tarifas como um instrumento para apoiar Bolsonaro e desafiar Lula. A publicação menciona a preocupação com a liberdade de expressão, seguindo críticas de Trump a decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que, segundo ele, promovem censura no Brasil.
O diário espanhol El País também se manifestou, afirmando que Trump ultrapassa limites com suas ameaças comerciais. A publicação descreve o anúncio das tarifas como uma “bomba”, ressaltando que se trata da maior taxa imposta em sua mais recente rodada de tensões comerciais, gerando uma reação de represália formal.
O presidente Lula, em sua resposta a Trump, reafirmou a soberania do Brasil e a independência de suas instituições, enfatizando a rejeição da sociedade a conteúdos de ódio e outras formas de discriminação. O The Guardian observou que Lula destacou a necessidade de todas as empresas, nacionais ou estrangeiras, respeitarem a legislação brasileira.
A tensão entre Brasil e Estados Unidos já havia começado com declarações indiretas sobre o Brics, onde Trump se referiu ao bloco como uma aliança “antiamericana” e manifestou a intenção de desmantelá-lo. Lula respondeu ao afirmar que os países têm o direito de retaliar economicamente.
O governo Lula frisou que, se as tarifas de 50% forem implementadas, o Brasil poderá retaliar com medidas comerciais, incluindo sobretaxas a produtos americanos ou levando a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC).
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