Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista à CNN Internacional, protagonizando uma movimentação ousada para pressionar Donald Trump na sua própria casa. Os dois países estão em uma acirrada batalha comercial devido à nova tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos de exportação brasileiros, que entra em vigor em agosto.
Lula deixou claro: “Ninguém deseja romper com os Estados Unidos, mas buscamos liberdade e queremos a independência nas relações comerciais.” Essa declaração surgiu em resposta à pergunta sobre o papel do Brasil no Brics, bloco que inclui potências como Rússia e China, e que Trump considera uma ameaça aos interesses americanos.
Desde que tomou posse de seu segundo mandato, o presidente americano tem se mostrado particularmente severo com o Brics, enquanto sua retaliação ao Brasil foi ainda mais intensa. Em 9 de julho, Trump anunciou a elevada taxação, justificando a decisão ao alegar que o Brasil estaria perseguindo seu ex-aliado, Jair Bolsonaro, e que a balança comercial entre os países seria desleal, apesar do superávit de US$ 410 bilhões dos EUA em relação ao Brasil nos últimos 15 anos.
Em defesa do Brasil, Lula rebateu as acusações: “A justiça no Brasil é independente. O presidente não pode interferir no Judiciário. E o déficit que Trump menciona não existe.” Ele enfatizou a importância do diálogo e da negociação, afirmando que altas tarifas são um problema que deve ser resolvido por meio de conversações, e não por imposições unilaterais.
Ao ser questionado sobre a resposta do Brasil às tarifas americanas, Lula afirmou que “simples taxas não resolvem problemas e podem gerar novas dificuldades”, afetando até mesmo o consumidor nos EUA. Ele ressaltou que pretende buscar soluções internamente e que está dialogando com diversos setores da economia brasileira.
A estratégia do Brasil também envolve desgastar Trump dentro dos Estados Unidos. O governo está incentivando empresários brasileiros a se engajar em diálogos com seus parceiros americanos para que a pressão venha de ambos os lados. A esperança do Planalto é que o impacto na economia americana leve Trump a reconsiderar sua decisão de taxar os produtos brasileiros.
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