Em um desdobramento alarmante de abandono familiar, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou três indivíduos por negligência em relação a uma idosa de 79 anos, portadora de esquizofrenia. Os denunciados, sobrinhos e únicos parentes próximos da vítima, deixaram-na em condições desumanas, evidenciadas por um ambiente insalubre e uma situação de extrema vulnerabilidade.
A investigação, conduzida pela promotora Ana Rita Nascimento, revelou que a idosa, viúva e sem filhos, acumulava mais de 70 gatos em seu apartamento. Esse cenário não apenas comprometia sua saúde física, mas também gerava um risco significativo de zoonoses, conforme relatórios do Centro de Controle de Zoonoses e do Caps.
A denúncia aponta que o abandono resultou em lesões graves e expôs a integridade da idosa a situações críticas. Apesar da responsabilidade legal e moral em cuidar dela, os denunciados se omitiram dolosamente, permitindo que ela estivesse exposta a sérios riscos. Em 2024, a situação culminou em um acidente que resultou em uma fratura, após a idosa tentar trocar uma lâmpada sozinha e ficar caída por cerca de 24 horas, sem ajuda de seus familiares, até ser resgatada por um psicólogo do Caps.
A promotora enfatiza que a conduta dos sobrinhos não foi uma simples omissão, mas sim uma negligência persistente ao longo dos anos, mesmo diante de várias intervenções do Ministério Público e da rede de proteção social. Esta triste realidade nos faz refletir sobre o papel da família e a necessidade de proteção nas relações familiares.
O caso, agora sob a jurisdição da 12ª Vara Criminal de Salvador, nos desafia a considerar o que podemos fazer para garantir que pessoas vulneráveis, como esta idosa, recebam o cuidado e a atenção merecidos. Que tipo de ações você acredita que podem ser tomadas para prevenir situações como essa?
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