Em um desdobramento chocante no sistema prisional baiano, o Ministério Público da Bahia apresentou uma denúncia detalhada contra Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, e outros envolvidos em uma fuga cinematográfica de 16 detentos. No epicentro desta trama, um pagamento de R$ 1,5 milhão facilitou a evasão, com uma furadeira a bateria revelando-se a ferramenta central para a execução do plano, que ocorreu em 12 de dezembro de 2024.
O inquérito aponta que Joneuma não apenas mediou atividades criminosas do Primeiro Comando de Eunápolis, mas também se beneficiou financeiramente, recebendo a quantia em troca de privilégios concedidos aos presos e uma atitude de conivência em relação a práticas ilícitas na unidade.
Seu envolvimento ia além, pois planejava uma fuga para o Rio de Janeiro ao lado do líder da facção, Ednaldo “Dada”, onde esperava estar sob a proteção do Comando Vermelho, uma organização criminosa local.
Adicionalmente, a ex-diretora utilizava uma identidade falsa — Barbara Thais de Jesus Ramos — para participar de esquemas de lavagem de dinheiro vinculados à facção. Documentos e comprovantes de compras apreendidos em sua casa, incluindo um MacBook, revelam transações financeiras suspeitas que a conectam diretamente ao fluxo de dinheiro da organização criminosa.
A furadeira, indispensável para abrir um buraco no teto da cela 44, foi notada por um supervisor já em novembro, mas as ações dos detentos foram subestimadas e até encobertas pela liderança do presídio. Joneuma, em conluio com Wellington Oliveira Sousa, coordenador de segurança, garantiu que as atividades prosseguissem sem interrupções, permitindo que os presos se preparassem para a fuga.
No dia da fuga, um grupo armado com fuzis AK-47, Parafal e AR-15 invadiu o presídio, resultando na morte de um cão de guarda e na troca de tiros com os agentes penitenciários. Em meio a esse caos, os 16 detentos conseguiram escapar, em um evento que, segundo o MP-BA, deve ser atribuído em responsabilidade solidária a todos os acusados.
O esquema de fuga é um exemplo impactante de como a corrupção infiltra-se no sistema penitenciário, evidenciando a interconexão de autoridades e organizações criminosas. Os papéis principais na trama revelam um sistema bem estruturado, onde cada peça cumpria uma função crítica: Joneuma e Wellington garantiam a execução do plano, enquanto Dada orquestrava a fuga e Vagno Oliveira Batista, fornecedor de armas, assegurava os equipamentos necessários.
Este caso é uma chamada de atenção para o descaso e a fragilidade das instituições prisionais. Que consequências devem ser impostas para aqueles que traem a segurança pública? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo!
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