O Ministério Público da Bahia (MP-BA), em uma colaboração impactante com o Instituto Juristas Negras (IJN), realizou na segunda-feira (21) a conferência “Raízes da Resistência: Mulheres Negras na Luta por Justiça”, na sede do MP-BA em Salvador. Este evento se destacou como um espaço de diálogo vital, reunindo vozes de resistência e força feminina.
Durante a conferência, houve a emocionante entrega do Prêmio Mãe Bernadete, que homenageou mulheres notáveis como a marisqueira e ativista Eliete Paraguassu, a Yalorixá Jaciara Ribeiro e a líder quilombola Rosimeire dos Santos Silva. Este prêmio, instituído em tributo a Mãe Bernadete Pacífico, celebra a coragem e a ancestralidade de mulheres que lutam pela defesa de seus territórios e pela justiça racial e de gênero.
Na abertura do evento, a procuradora-geral de Justiça adjunta, Norma Angélica Cavalcanti, expressou um sonho coletivo: “Desejamos um mundo em que todas nós, mulheres — pretas, brancas, indígenas, caribenhas e brasileiras — sejamos iguais. Para isso, são necessárias políticas afirmativas que garantam nosso bem-estar.” A conferência também marcou o início das celebrações do Julho das Pretas, uma agenda que destaca a luta das mulheres negras em todo o Brasil, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que celebra, entre outras figuras, a resistência de Tereza de Benguela.
Em um passo significativo, a conferência também elegeu as representantes da Bahia para a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. As escolhidas foram Ioneide Cirqueira, Paulett Furacão e Claudia Isabele dos Santos Silva como representantes, enquanto Kizzy Addriana Pereira Santos e Ingrid Grazielle atuarão como suplentes. A promotora de Justiça Lívia Vaz enfatizou a necessidade de discutir políticas públicas que promovam a ascensão social das mulheres negras no Brasil, ressaltando a importância da justiça como um caminho para a transformação.
Rogério Queiroz, coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (Caodh), destacou que o desenvolvimento do Brasil está intrinsicamente ligado às condições das mulheres negras. “Para melhorar os indicadores sociais do país, é essencial voltarmos nosso olhar para esse segmento da população, pois a transformação social passa por elas”, afirmou. O evento contou com a participação de membros do MP-BA, representantes do sistema de justiça e lideranças do movimento negro, simbolizando uma união em prol da igualdade e da justiça.
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