Em tempos de instabilidade política, a única certeza é que negociação requer disposição mútua. No entanto, o cenário atual aponta que o Congresso não está preparado para dialogar. Com recursos à disposição, sua meta é simplesmente inviabilizar o governo, para que um presidente de direita assuma o comando nas próximas eleições.
Diante desse desafio, o que o governo deve fazer? Concentrar-se apenas na contenção de gastos sob sua responsabilidade? Isso significaria sacrificar investimentos essenciais em setores como Saúde, Educação e Segurança Pública, fundamentais para o bem-estar da população.
É hora de tornar pública a intransigência do Congresso, órgão que historicamente serve aos interesses das elites financeiras, muitas vezes sustentadas por um sistema de impostos desigual. No andar de cima, residem os extremamente ricos, que frequentemente se esquivam de suas obrigações fiscais, enquanto a classe média e os mais pobres arcam com a maior parte da carga tributária.
O governo parece finalmente disposto a nomear os responsáveis, e essa transparência está gerando desconforto entre os privilegiados que acumulam riquezas em regiões afortunadas, frequentemente ocultando-as no exterior. As reações? Acusações de demagogia, de tentar incitar a população contra o Congresso, lembrando as velhas rixas do “nós contra eles”.
O ex-presidente Bolsonaro adotou uma abordagem semelhante, mas com um viés contrário. Em seu governo, ele era o defensor do “nós” contra “eles”, apontando a Justiça e o PT como seus adversários, enquanto se rendia ao próprio Congresso para evitar o impeachment.
Embora Bolsonaro tenha saído de cena, suas ideias persistem, encontrando eco entre muitos que, por fora, aparentam ser bem-intencionados, mas que guardam em suas posturas uma resistência ao verdadeiro diálogo necessário para a democracia.
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