A Oi, em uma manobra estratégica, protocolou, em 7 de julho, um pedido à Corte de Falências de Nova York. O objetivo? Extinguir o reconhecimento de seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, relacionado ao mecanismo do “Chapter 15”. Esse capítulo da legislação americana é crucial, pois reconhece recuperações judiciais estrangeiras, permitindo que sejam eficazes sob a jurisdição norte-americana.
No coração dessa decisão está a busca da Oi por um novo recomeço sob o Chapter 11, um instrumento legal mais alinhado à recuperação judicial que ocorre no Brasil. Essa alternativa representa uma oportunidade de colaboração internacional mais robusta, possibilitando um alicerce sólido para que a empresa reestruture suas operações.
A experiência recente de empresas aéreas brasileiras como Gol, Latam e Azul, que recorreram a esse mesmo processo, ilustra uma tendência crescente: a legislação americana é vista como mais flexível, e muitos credores da Oi têm vínculos estrangeiros. Grande parte dos contratos com fornecedores está vinculada ao estado de Nova York, tornando essa escolha ainda mais estratégica.
O processo de recuperação judicial permite que empresas renegociem dívidas e evitem encerramentos forçados, demissões ou o não pagamento a seus colaboradores. Nesse contexto, a Oi está comprometida em apresentar um plano viável que equilibre o pagamento aos credores com a continuidade das operações.
Marcelo Milliet, presidente da Oi, reiterou a seriedade com que a equipe está conduzindo o processo. “Estamos focados no futuro da Oi. Nossa gestão, com experiência em reestruturações complexas, está comprometida em agir com rapidez e compromisso”, afirmou. Ele enfatizou que o plano de recuperação está em constante evolução e requer ajustes para se adaptar às necessidades do momento.
Em março de 2023, a Oi havia iniciado sua segunda recuperação judicial no Brasil, enfrentando uma dívida colossal de R$ 43,7 bilhões, que inclui R$ 1 bilhão em débitos trabalhistas. Seu primeiro processo judicial começou em 2016, quando acumulava R$ 65 bilhões em dívidas e foi encerrado apenas em dezembro de 2022. Isso evidencia a complexidade e os desafios enfrentados pela companhia em sua jornada de recuperação.
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