Em 2025, a Polícia Federal (PF) já abriu 20 inquéritos contra autoridades com foro privilegiado, o que representa cerca de 25% do total de 89 apurações em andamento. Esses números refletem um novo panorama de investigações, evidenciado pelo aumento da fiscalização sobre figuras com proteção judicial, que geralmente inclui personalidades de alta relevância, como ministros e parlamentares.
Entre as novas apurações, a PF também concluiu 10 inquéritos, resultando em dois indiciamentos. Essas conclusões ocorrem quando se encontra evidências substanciais do cometimento de crimes. É importante destacar que esses dados foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI) e se referem exclusivamente às investigações conduzidas na sede da PF em Brasília, sob a Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (CINQ).
Além disso, a contagem pode ser ainda maior, uma vez que há inquéritos em andamento em superintendências estaduais, como o caso da operação Overclean, que, apesar de tramitar no Supremo por conta de um parlamentar mencionado, é gerida na Bahia. No total, contabilizando todos os procedimentos que tramitam em tribunais superiores, chega-se a 153 inquéritos.
O foro privilegiado é um mecanismo que cobre autoridades de diversos níveis do governo, garantindo que sejam julgadas por instâncias superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa proteção, que visa evitar perseguições políticas, foi ampliada em março pelo STF, que deliberou que o foro se estende mesmo após o término dos mandatos, desde que os crimes estejam relacionados ao exercício de suas funções.
Operações da PF têm sido intensificadas, especialmente focadas no uso indevido de emendas. Recentemente, o deputado Júnior Mano foi investigado por fraudes licitatórias, com mandados de busca autorizados pelo ministro Gilmar Mendes do STF. As suspeitas indicam que o parlamentar estaria envolvido no desvio de verbas para consolidar apoio político.
Outra investigação notável envolve o deputado Antonio Doido, suspeito de comprar votos, com um inquérito solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). As apurações visam descobrir ligações entre ele e um grupo que realizou saques milionários em bancos do Pará. As suspeitas giram em torno da origem desses valores, possivelmente de desvios de verbas públicas, implicando diretamente na corrupção eleitoral.
As investigações ganharam destaque após apreensões significativas, incluindo a prisão de Francisco de Assis Galhardo, que foi encontrado com R$ 5 milhões, e a apreensão de R$ 1,1 milhão de um assessor de Antonio Doido. A PGR solicitou que esses casos sejam apurados em conjunto, revelando a complexidade e a gravidade das investigações em curso.
O cenário atual revela um esforço contínuo da PF em trazer à luz práticas ilícitas em âmbito público. O que você pensa sobre essa intensificação das investigações? Compartilhe sua opinião abaixo!
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