Na manhã desta terça-feira, 8 de agosto, a Polícia Federal desencadeou a Operação Underhand, um esforço significativo para desmantelar uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias e desvios de verba pública no Ceará. O foco das investigações recai sobre o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), uma figura proeminente no cenário político local.
Como parte da operação, foram executados 15 mandados de busca e apreensão e uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas vinculadas a indivíduos e entidades envolvidas no esquema ilícito. A PF revelou que o grupo manipulava verbas públicas destinadas a municípios cearenses, em troca de contrapartidas financeiras ilegais, com forte influência sobre licitações realizadas por empresas ligadas ao núcleo criminoso.
As investigações revelaram a prática de diversos crimes, incluindo organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica para fins eleitorais e captação ilícita de sufrágio, conhecida como compra de votos. A descoberta do envolvimento de Júnior Mano surgiu a partir de uma denúncia da prefeita de Canindé, que acusou um aliado do deputado, o prefeito de Choró, de “lavar” as emendas parlamentares enviadas ao município, com promessas de retorno de até 15% em propina.
Consequentemente, foram identificados pelo menos 51 cidades que poderiam ter sido beneficiadas por verbas suspeitas. O caso ganhou nova dimensão ao chegar ao Supremo, após indícios do envolvimento direto de Júnior Mano no desvio dos recursos, que estariam sendo utilizados para fortalecer sua base eleitoral.
Vale ressaltar que a Operação Underhand não é um fato isolado; ela se seguia de outras investigações conhecidas como Mercado Cláusula e Vis Occulta, que já tinham exposto a utilização de prefeituras para movimentação de valores fraudulentos. O desdobramento deste caso nos leva a refletir sobre a corrupção na política e seus impactos na sociedade. Como você vê essa situação? Compartilhe sua opinião!
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