As eleições internas do PT, que acontecem no próximo domingo (6/7), geram une expectativa crescente entre economistas da Faria Lima. O mercado financeiro observa com apreensão a possibilidade de que novos líderes do partido indiquem um desvio à esquerda na política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Analistas indicam que a diminuição da popularidade de Lula, combinada com a tensão recente no Congresso — evidenciada pela derrubada do decreto de reajuste do IOF e a perda de força do Centrão — podem criar um ambiente propenso à radicalização da agenda econômica. Esse movimento pode se opor à postura moderada do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que até agora tem defendido a responsabilidade fiscal.
Com as eleições se aproximando, a contestação da derrubada do decreto no Supremo Tribunal Federal (STF) sinaliza uma retórica mais agressiva. O mercado prevê que, além dos discursos, o governo deve adotar medidas econômicas mais flexíveis em relação aos gastos públicos, mas isso precisa ser feito com cautela para evitar “efeitos colaterais” negativos.
Entre os quatro candidatos à presidência do PT, apenas Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, alinha-se à visão de Haddad sobre responsabilidade fiscal. Os outros três, por sua vez, defendem a revogação do arcabouço fiscal e se distanciam de cortes nas despesas públicas.
Edinho, favorito de Lula e apoiado pela corrente majoritária do partido, “Construindo Um Novo Brasil” (CNB), se destaca por sua habilidade em reunir apoio entre as diversas alas do PT. Os outros candidatos na disputa são Rui Falcão, Romênio Pereira e Valter Pomar.
Os analistas afirmam que, embora o PT precise reafirmar seu posicionamento à esquerda para continuar atraindo seu eleitorado, angulações mais radicais na política econômica podem agravar um já desafiador cenário eleitoral para a esquerda.
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