Radicalização de jovens é sintoma, não causa, diz procurador do MPRS

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A crescente radicalização de jovens nos ambientes digitais e o aumento de crimes cibernéticos envolvendo menores têm despertado a atenção de autoridades de segurança pública e justiça no Brasil. Casos de ameaças a escolas, apologias a ideologias violentas e comportamentos extremos têm se tornado uma prioridade nas investigações e ações preventivas.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) está na vanguarda dessa questão, criando o Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (NUPVE) sob a coordenação do Procurador de Justiça Fábio Costa Pereira. Ao contrário do que muitos pensam, Pereira argumenta que a ideologia propagada por grupos extremistas não é a principal motivação desses jovens, mas sim um sintoma de um mal-estar mais profundo.

Segundo ele, as narrativas de ódio que se proliferam nas redes sociais revelam histórias de abandono, sofrimento e busca de pertencimento. “Esses adolescentes são muito infelizes. É como se eles gritassem por atenção”, explica. A ideologia extremista, para eles, não possui antagonismos lógicos; é uma forma de dar sentido a sua angústia interna, uma “fantasia identitária” que se adapta a tudo.

A própria vida digital oferece um refúgio onde essas identidades radicais podem florescer. Pereira ilustra com o caso de um jovem que se identificava como “nazista maoísta”, um exemplo do caos que permeia a mentalidade desses adolescentes, onde não há lógica. O espaço digital se torna um ambiente onde podem ser qualquer coisa, livrando-se das limitações do mundo real.

A radicalização, portanto, não é somente uma questão de ideologia, mas uma resposta simplista a problemas complexos. O procurador destaca que muitos jovens que se tornam agressores também foram vítimas de suas próprias circunstâncias. O NUPVE busca atuar proativamente, com iniciativas como o “Projeto Sinais”, que informa educadores e familiares sobre sinais de risco nos jovens.

Com a identificação precoce de comportamentos como isolamento social e consumo obsessivo de conteúdos violentos, o NUPVE tem sido pioneiro em suas abordagens. Em 2024, foram registrados 158 eventos com potencial de violência extrema, revelando a necessidade de uma vigilância constante e uma ação assertiva.

Pereira acredita que a solução pode estar em uma abordagem mais humana e analógica, onde a conexão entre pessoas possa ser a chave para prevenir a radicalização. “Cuidar de humanos é o que fazemos de melhor”, afirma, ressaltando a importância do papel dos adultos próximos aos adolescentes, sejam pais ou educadores.

Entender a vida desses jovens e promover conversas sobre suas angústias é fundamental. O procurador convida todos a ficarem atentos e a agirem. Se você conhece um jovem que pode estar passando por isso, não hesite em buscar ajuda e promover um diálogo construtivo. Compartilhe suas experiências ou informações nos comentários e ajude a construir uma rede de apoio e prevenção.

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