A tempestade que se forma nos Correios levou o presidente Fabiano Silva dos Santos a preparar sua saída do cargo. Em meio a pressões intensas da Casa Civil, sob a liderança do ministro Rui Costa, Fabiano redigiu uma carta de renúncia a ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o término de seu mandato se aproximando, a permanência no cargo agora depende de uma recondução pelo governo.
A necessidade de mudança estrutura-se em um cenário preocupante: a estatal acumulou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no último ano. Para reverter essa situação, Rui Costa exige um plano de reestruturação arrojado, que inclui o fechamento de agências em todo o Brasil e a redução drástica dos custos operacionais.
As propostas se concretizam numa reestruturação que poderá afetar mais de 12 mil vagas, sendo 4 mil cortes planejados através de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), além da extinção de 8 a 10 mil funções. A expectativa é economizar cerca de R$ 1 bilhão, somando-se aos R$ 800 milhões já contabilizados com o PDV.
Contudo, Fabiano resiste a tais iniciativas drásticas. Ele teme que essas medidas comprometam projetos sociais fundamentais da empresa, que recentemente ampliou sua presença em comunidades vulneráveis, incluindo mais de 50 favelas no Rio de Janeiro. O ministro Rui Costa, por sua vez, negou a intenção de promover demissões em massa, enfatizando uma abordagem de “racionalização dos gastos” em vez de cortes extremos.
Além disso, os Correios se tornaram um campo de disputas políticas entre partidos da base aliada. Embora a empresa enfrente este rombo financeiro, conseguiu garantir um empréstimo do Banco dos Brics e planeja investir R$ 5 bilhões nos próximos anos. O recente prejuízo é, em parte, atribuído à nova “taxa das blusinhas”, uma mudança nas regras de importação que impactou significativamente o volume de encomendas.
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