A Tailândia enfrenta uma grave crise humanitária, retirando mais de 100 mil civis de áreas adjacentes à fronteira com o Camboja. A decisão, anunciada pelo governo tailandês nesta sexta-feira, segue uma escalada de hostilidades entre os dois países, que reavivaram uma disputa territorial histórica.
Na quinta-feira, intensos combates irromperam, com a mobilização de aeronaves, artilharia pesada, tanques e tropas, alarmando a comunidade internacional. O ministério do Interior tailandês reportou que 100.672 moradores foram realocados para aproximadamente 300 abrigos temporários, enquanto o número de mortos subiu de 12 para 14 – incluindo um soldado e 13 civis.
Os confrontos representam uma escalada dramática de uma disputa antiga entre Tailândia e Camboja, que compartilham 800 km de fronteira e atraem milhões de turistas anualmente. No centro desse conflito estão áreas delimitadas por antigos templos, cuja posse tem sido contestada por anos. De 2008 a 2011, um ciclo de embates resultou em 28 mortes e em um grande deslocamento populacional.
Após uma década de relativa calmaria, impulsionada por uma decisão favorável ao Camboja da Corte Internacional de Justiça, as tensões ressurgiram após a morte de um militar cambojano. Em resposta, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência a pedido do primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet.
Neste cenário, potências mundiais como Estados Unidos e França exigem um cessar-fogo imediato, enquanto União Europeia e China clamam por um diálogo construtivo. O futuro da região ainda é incerto, mas a necessidade de paz e estabilidade nunca foi tão urgente.
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