Recentemente, a Tanzânia tornou-se o cenário de um controvertido embate entre a liberdade religiosa e a repressão política. O governo decidiu fechar a Igreja Glória de Cristo, uma das mais influentes do país, após o seu fundador, o Bispo Josephat Gwajima, proferir um fervoroso sermão denunciando violações de direitos humanos, o que rapidamente gerou alvoroço na sociedade.
O ato de fechamento veio apenas um dia após Gwajima invocar uma campanha de oração de sete dias por justiça e paz, em resposta a relatos inquietantes de sequestros e torturas, incluindo casos de ativistas estrangeiros que enfrentaram abusos durante a custódia. Com mais de 70.000 membros e 2.000 filiais, a igreja – conhecida localmente como Nyumba ya Ufufuo na Uzima (A Casa da Ressurreição e da Vida) – sempre teve um papel proeminente na comunidade.
Acusado pelo governo de utilizar a religião para minar a confiança pública, Gwajima, que é parlamentar pelo partido governista Chama Cha Mapinduzi (CCM), se tornou um crítico proeminente da presidente Samia Suluhu Hassan. Ele levantou preocupações sobre a detenção de opositores e o fechamento da sua igreja foi interpretado como uma forma de calar vozes dissidentes em um clima político crescente de repressão, especialmente à medida que as eleições se aproximam.
Após o fechamento, a Igreja Glória de Cristo tentou recorrer da decisão, mas os esforços se mostraram infrutíferos até agora. A situação se complica ainda mais com relatos de aumento da presença policial em cultos, mesmo nas cerimônias realizadas fora da igreja, e ameaças enfrentadas por outros líderes religiosos que ousam falar sobre as injustiças.
Enquanto a presidente Hassan tenta navegar por um cenário político complicado, incluindo a pressão para reformar o sistema eleitoral, o clima se torna cada vez mais tenso. Observadores internacionais estão alarmados com os sinais de repressão, que se intensificam em meio a um período eleitoral crítico.
O debate sobre a liberdade de expressão e a proteção dos direitos humanos na Tanzânia permanece em alta. O que acontece a seguir poderá moldar não apenas o futuro político do país, mas também o papel da religião na luta por justiça e igualdade. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários!
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