O cenário político brasileiro está em ebulição com a disputa acirrada sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Recentemente, uma pesquisa da Genial Quaest revelou que o Congresso é o principal alvo de críticas nas redes sociais, recebendo impressionantes 61% das menções negativas. Enquanto isso, o governo acumula apenas 11% de citações desfavoráveis. Essa batalha, agora digital, se intensifica com o uso de vídeos gerados por inteligência artificial.
O Partido dos Trabalhadores (PT) está utilizando essas ferramentas tecnológicas para expor o desequilíbrio na cobrança de impostos, argumentando que os mais pobres estão onerados em comparação aos “super ricos”. Em suas produções, o PT apresenta uma balança em que trabalhadores e empresários simbolizam essa desigualdade, almejando justiça social com o slogan: Taxação BBB — Bilionários, Bancos e Bets.
A IA já é parte integrante da arena política e, segundo Magno Karl, cientista político da UFRJ, seu uso nas campanhas eleitorais se tornará inevitável. Ele alerta que, mesmo com regulamentações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será um grande desafio controlar a utilização da IA, especialmente à medida que eleitores individuais fazem ecoar suas opiniões nas plataformas digitais.
“Cada pessoa é um instrumento de irradiação de campanha política”, ressalta Karl, que vê na IA um potencial distorcido que intensifica os efeitos de fake news e deep fakes, um fenômeno não novo, mas mais complexo.
O embate entre esquerda e direita nas eleições de 2026 promete ser ainda mais acirrado, com vantagens potenciais para a oposição. Karl aponta que a direita consolidou uma comunicação eficiente nas redes, enquanto a esquerda terá de enfrentar o desafio de defender um legado impopular.
“A comunicação se pulverizou e o engajamento está disperso, tornando praticamente impossível o controle. O melhor caminho pode ser educar os eleitores para que desenvolvam um ceticismo saudável em relação ao que circula na internet”, conclui.
Conflito Congresso x Governo
- O Congresso é o foco das críticas nas redes sociais, especialmente após o aumento do IOF e a reação dos parlamentares.
- Desde o início do embate, 61% das menções foram críticas ao Congresso, enquanto 28% foram neutras e apenas 11% positivas ao Legislativo.
- A pesquisa monitorou 4,4 milhões de publicações nas redes sociais entre 24 de junho e 4 de julho, abrangendo plataformas como Twitter, Instagram e YouTube.
- Essa campanha contra o Congresso teve um crescimento significativo após a refutação do decreto sobre o IOF pelo Legislativo.
Regulamentação e Desafios Futuros
Para as eleições municipais em 2024, o TSE já regulamentou o uso da IA em campanhas políticas, proibindo deepfakes e estabelecendo obrigações de transparência e responsabilidade para as plataformas digitais. Contudo, especialistas como João Ataide alertam sobre a rapidez da propagação de desinformação, o que pode dificultar a resposta da Justiça.
Ataide também menciona que, embora haja formas de identificar vídeos falsos, a evolução da tecnologia torna essa tarefa cada vez mais desafiadora, revelando um futuro incerto para a integridade da comunicação política.
Avanços na IA
A proliferação de vídeos gerados por IA é uma realidade nas redes sociais, onde até o modelo Veo 3 do Google está permitindo a criação de conteúdos cada vez mais convincentes. Na visão do cientista político Nauê Bernardo Azevedo, é essencial que as redes sociais implementem rotulagens que façam distinção entre o real e o falso, protegendo assim os eleitores de informações equivocadas.
“Essas ferramentas estão se tornando mais sofisticadas e podem ser usadas para disseminar mensagens impactantes. Os órgãos competentes precisam agir para prevenir e punir seu uso indevido”, afirma.
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