Em um incidente que abalou as estruturas do Tribunal do Júri em Cantanhede, Maranhão, a disposição das cadeiras gerou uma intensa discussão entre a juíza Bruna Fernanda Oliveira da Costa e o promotor Márcio Antônio Alves Oliveira. O vídeo da troca de farpas, ocorrido em 14 de maio de 2025, se tornou viral nesta terça-feira (22), resultado de um desentendimento que levou ao adiamento da sessão.
A sessão estava dedicada ao julgamento de um acusado de homicídio oriundo de Matões do Norte, cidade vizinha. Antes do início dos trabalhos, o promotor insistiu, de maneira considerada inadequada pela juíza, que sua secretária retirasse seus pertences de um assento próximo a ela, com base na legislação do Ministério Público. A situação logo se agravou quando Bruna informou que a disposição das cadeiras só seria definida após a abertura formal da sessão para garantir a ordem e a solenidade do ato.
A juíza descreveu a intervenção do promotor como um ato de descortesia que resultou em um “grave tumulto” e inviabilizou a realização do júri. A partir desse ponto de tensão, ela decidiu encaminhar o caso à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoria-Geral do Ministério Público, visando uma análise sobre a possível violação dos deveres de urbanidade e indícios de machismo estrutural.
Após os desentendimentos, a sessão do Tribunal do Júri foi remarcada e ocorreu sob a presidência de Bruna em 16 de junho de 2025. O réu, Loriano Ribeiro da Fonseca, foi condenado a 14 anos e três meses de prisão, um desfecho para o crime que chocou a comunidade local em junho de 2017.
Entidades do Poder Judiciário do Maranhão publicamente apoiaram a juíza durante o tumulto. A Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA) defendeu que o decoro deve prevalecer entre os representantes das instituições de Justiça. Por outro lado, a Associação do Ministério Público do Maranhão (AMPEM) declarou que o promotor atuou com respeito, desafiando a narrativa da Ata de Audiência que, segundo eles, não refletia a totalidade dos fatos.
Esse episódio levanta questões profundas sobre a dinâmica entre respeito e urbanidade nas instituições de Justiça. O que você pensa sobre esse incidente? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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