Vissarion, o “Jesus da Sibéria”, é condenado a 12 anos de prisão após acusações

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Sergei Torop, conhecido como Vissarion ou “Jesus da Sibéria”, viu seu destino selado com uma sentença de 12 anos em uma colônia penal de regime rigoroso. O veredito foi proferido pelo Tribunal de Novosibirsk, somando-se a isso o compartilhamento da pena com dois de seus colaboradores próximos, Vladimir Vedernikov e Vadim Redkin, que receberam penas de 12 e 11 anos, respectivamente, por suas ações na polêmica “Igreja do Último Testamento”. Além disso, o tribunal impôs uma indenização de 40 milhões de rublos, cerca de R$ 2,78 milhões, a 23 vítimas identificadas.

Vissarion fundou sua comunidade no rastro do colapso da União Soviética, criando a “Cidade do Sol” sob diretrizes estritas. Ali, os seguidores viviam sem carne, álcool, tabaco ou dinheiro, encarando essa vida como um chamado espiritual. No entanto, investigações revelaram que essa estrutura evoluiu para um sistema coercitivo, onde vozes críticas eram silenciadas sob o peso do que era chamado de “traição espiritual”, gerando um clima de medo e controle.

As acusações que levaram à sua condenação foram graves. Entre elas, coação psicológica que resultou em isolamento e supressão do pensamento crítico, além de danos à saúde física e mental dos membros, incluindo crianças. As fraudes financeiras também foram destacadas, com Vedernikov sendo especificamente apontado por desvio de recursos financeiros da comunidade. A operação que culminou na prisão de Torop em setembro de 2020 foi considerada uma missão complexa, envolvendo o FSB e helicópteros, devido à localização remota da comunidade.

Em defesa, Vissarion, em uma entrevista à BBC em 2022, negou todas as acusações, afirmando que sua missão era exclusivamente espiritual e desprovida de intenções comerciais ou abusivas. Esse caso levanta questões sobre a regulação de movimentos religiosos na Rússia, país que tem intensificado a fiscalização sobre seitas desde 2017.

Os relatos de ex-membros, revelando práticas de controle como a proibição de palavras negativas e a imposição de obediência absoluta, são alarmantes. Agora, este veredito representa não apenas a punição de um líder controverso, mas também estabelece um precedente importante para futuros processos contra comunidades religiosas isoladas no país. O que você pensa sobre a relação do governo com movimentos religiosos? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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