Obras na Câmara: funcionários denunciam condições de trabalho

No coração da Câmara dos Deputados, um cenário de conflitos tem emergido à sombra das reformas iniciadas em 18 de julho. Funcionários têm expressado preocupação com as condições de trabalho, afetados por poeira, barulho ensurdecedor de máquinas e odores fortes de produtos como cola, tornando o ambiente insalubre. Este descontentamento foi compartilhado, anonimamente, ao Metrópoles.

Na quarta e na quinta-feira da última semana (30 e 31/8), membros do Departamento de Defesa Comercial e outros órgãos, incluindo o Conselho de Ética e a Consultoria de Orçamento, foram dispensados do trabalho presencial. O comunicado chegou como uma surpresa, quando muitos já estavam no local, refletindo a urgência e a falta de planejamento na gestão da crise.

Enquanto isso, os trabalhadores terceirizados no Anexo II, responsáveis por serviços essenciais como limpeza e segurança, continuam expostos às condições adversas. Muitos deles relataram adoecimento e a necessidade de afastamento, enquanto outros lidam com sintomas como rouquidão e coriza, sem poder se ausentar.

Em resposta a essas queixas, a Câmara justificou que a manutenção da segurança e limpeza são essenciais para o funcionamento da Casa. A administração alega também que orientou departamentos a solicitar a dispensa de todos os funcionários, mas alguns órgãos decidiram que a presença de terceirizados era necessária, levando à frustração entre os colaboradores.

A Câmara afirmou que inspeciona diariamente as condições de trabalho e que os níveis de ruído estão dentro do que consideram aceitável. Além disso, aumentaram a frequência das limpezas nos corredores afetados. No entanto, essa resposta parece insuficiente diante das preocupações crescentes.

Reforma na Câmara dos Deputados

Durante o recesso parlamentar, estão sendo realizadas várias intervenções no Anexo II, incluindo:

• modernização do corredor das comissões, com troca de piso e instalação de painéis de madeira;
• substituição dos carpetes do túnel entre os Anexos II e IV e do 10º andar do Anexo IV;
• implementação de um novo estúdio multiuso de Rádio e TV;
• atualização dos sistemas de áudio e vídeo em auditórios e plenários;
• reformas em gabinetes parlamentares;
• novos sistemas de votação no Plenário Ulysses Guimarães.

As obras no Anexo II têm previsão de conclusão neste domingo (3/8), segundo o cronograma estabelecido. Agora, é a hora de refletirmos sobre qual o verdadeiro custo dessas reformas—não apenas em termos financeiros, mas também sobre a saúde e o bem-estar dos que trabalham na Casa. O que você pensa sobre essa situação? Comente sua opinião e compartilhe suas experiências!