Suíça corre para apresentar um ‘oferta mais atrativa’ em resposta à ofensiva tarifária de Trump

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Em meio a um cenário econômico tenso, a Suíça se vê diante de um desafio significativo após o anúncio de Donald Trump sobre a implementação de uma tarifa de 39% sobre suas importações. Em resposta, o governo suíço manifestou sua determinação em continuar as negociações com os Estados Unidos, buscando apresentar uma “oferta mais atrativa” que leve em consideração as preocupações americanas, conforme divulgou em um comunicado oficial.

Karin Keller-Sutter, presidente da Suíça, destacou a percepção de Trump sobre o déficit comercial de seu país com os suíços. Em 2024, esse déficit alcançou cifras alarmantes de quase 43 bilhões de euros. O impacto imediato dessa nova política tarifária foi sentido na Bolsa de Valores da Suíça, onde o índice SMI caiu 2%, mas conseguiu recuperar parte da queda, encerrando o dia com uma leve desvalorização de 0,15%.

A importância da relação comercial com os Estados Unidos não pode ser subestimada, visto que as exportações suíças para o país representaram 18,6% do total em 2024. Especialistas, como Hans Gersbach da Escola Politécnica Federal de Zurique, alertaram que as tarifas poderiam comprometer entre 0,3% e 0,6% do crescimento anual da economia suíça, e um impacto ainda maior no Produto Interno Bruto, especialmente se produtos farmacêuticos, que compõem mais da metade das exportações suíças, forem afetados.

Além disso, a pressão de Trump sobre as grandes farmacêuticas para a redução de preços acrescenta um elemento de incerteza ao cenário. Analistas da Vontobel expressaram otimismo cauteloso, sugerindo que um acordo poderia levar a uma diminuição das tarifas para um nível mais razoável de 15%. No entanto, a permanência das taxas de 39% poderá resultar em perdas significativas para os lucros das empresas suíças, colocando em risco produtos-chave, como os chocolates, que podem desaparecer das prateleiras americanas ou ver seus preços elevarem drasticamente.

Como a situação se desenvolverá nas próximas semanas? O que você acha que a Suíça deveria fazer para contornar essa crise? Compartilhe suas opiniões nos comentários!

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