Mais conectados e vulneráveis: como idosos podem evitar golpes virtuais

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A inclusão digital trouxe um impacto positivo surpreendente na vida dos idosos. Entre 2016 e 2024, o número de pessoas com mais de 60 anos conectadas à internet aumentou de 6,5 milhões para 24,5 milhões, uma impressionante alta de 278%. Essa mudança proporcionou mais autonomia, ajudando a reduzir o isolamento social e a melhorar o bem-estar emocional da terceira idade. Entretanto, esse avanço também revela um lado sombrio: o aumento dos golpes virtuais direcionados a esses usuários.

Michelle Campos, terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade da Holiste Psiquiatria, ressalta como a tecnologia facilita a comunicação entre os idosos e seus familiares, independentemente da distância. Aplicativos e assistentes virtuais, por exemplo, desempenham um papel vital, permitindo que eles realizem tarefas do dia a dia e automatizem seu lar com comandos de voz.

Essas melhorias são percebidas por Laiz Ferreira, uma escritora de 74 anos que descreve o WhatsApp como seu principal canal de comunicação. Para ela, as dificuldades de comunicação do passado, como cartas e visitas físicas, são coisa do passado. Porém, Laiz também é cautelosa; ela sempre verifica as informações na fonte original para evitar cair em fraudes.

“Sou muito atenta. Antes de passar qualquer dado pessoal, confirmo se a informação é verdadeira”, afirma. Ela destaca que os idosos não devem ser subestimados e que muitos são capazes de navegar na tecnologia com inteligência e destreza. Esta autonomia, no entanto, é desafiada por problemas como falta de acesso à tecnologia e insegurança digital.

Enquanto isso, os golpes cibernéticos se diversificam. Ana Paula de Moraes, especialista em crimes digitais, alerta para o crescimento dos ataques financeiros, incluindo fraudes via Pix e chamadas fraudulentas que visam roubar informações pessoais. “A educação digital é crucial; os idosos devem aprender a não compartilhar dados em ambientes inseguros e sempre confirmar pedidos duvidosos”, aconselha.

Para se protegerem, os idosos podem adotar algumas práticas simples: ter um bom antivírus em seus dispositivos, evitar clicar em links suspeitos e desligar imediatamente ao receber chamadas duvidosas. No caso de cair em um golpe, é fundamental registrar um boletim de ocorrência, informar a operadora de telefonia e contatar o banco sobre fraudes.

Além disso, segundo Ana Paula, todos os bancos têm a obrigação de ressarcir aqueles que foram vítimas de golpes, mesmo em situações onde informações foram compartilhadas sem intenção. Se a devolução não ocorrer, a vítima pode buscar assistência legal. “Todo cidadão tem direitos e pode lutar por justiça, especialmente em casos de danos financeiros e morais”, completa.

A transformação digital é um caminho repleto de oportunidades para a terceira idade, mas a conscientização e a precaução são fundamentais para garantir segurança nesta nova era. A tecnologia deve ser uma aliada, não uma fonte de vulnerabilidade. E você, como tem se protegido contra as armadilhas digitais? Compartilhe sua experiência nos comentários!

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