Debate sobre redes sociais reacende na França após streamer ser torturado e morto durante live

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A tragédia envolvendo o streamer francês Raphaël Graven, conhecido como Jean Pormanove, reacendeu um debate urgente sobre a responsabilidade das plataformas digitais na França. Graven, de 46 anos, foi encontrado morto durante uma transmissão ao vivo que durou impressionantes 298 horas, com as imagens revelando um cenário alarmante em que ele se encontrava inerte sob um edredom, possuindo marcas visíveis no rosto. Os colegas de transmissão, ao tentarem acordá-lo, resortaram a métodos agressivos até que a live foi interrompida.

O caso, agora sob investigação da polícia de Nice, levanta questões sérias sobre as práticas de conteúdo extremo, como as que Graven realizava, conhecidas como “trauma porn”. Ao longo de sua carreira, ele acumulou uma vasta audiência de mais de 500 mil seguidores em plataformas como TikTok, Twitch e Kick. A fatalidade não é um evento isolado; já em janeiro, dois colegas de Graven foram detidos por terem supostamente agredido e insultado o streamer. Outros integrantes do grupo, incluindo Coudoux, que possui deficiência física, também enfrentaram humilhações durante as transmissões.

Surpreendentemente, mesmo com as evidências, as vítimas negaram que as agressões fossem reais, alegando que tudo não passava de encenação para conquistar fama e atrair recursos financeiros. Graven chegou a revelar que recebia até 6 mil euros por mês com essas transmissões, enquanto seu colega Coudoux reportou ganhar cerca de 2 mil euros.

A repercussão foi imensa, especialmente após a ministra de Assuntos Digitais da França, Clara Chappaz, descrever o episódio como um “horror absoluto”. Ela prometeu levar a questão à Arcom, a agência responsável pela regulação de conteúdos midiáticos, e ao Pharos, uma plataforma governamental dedicada ao combate a crimes virtuais. A plataforma Kick, sob intensa crítica por sua falta de moderação, anunciou que todos os streamers envolvidos seriam banidos, além de iniciar uma “reavaliação completa” de seus serviços.

Este incidente evidência a fragilidade do controle sobre conteúdos extremos nas redes sociais e a necessidade de uma reflexão profunda sobre os limites do que podemos considerar entretenimento. Como você vê a responsabilidade das plataformas e a linha que separa o entretenimento da exploração? Compartilhe sua opinião!

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