No clássico “A Marcha da Insensatez”, a renomada historiadora Barbara W. Tuchman revela como líderes e governos, em um ciclo vicioso, tomam decisões absurdas que vão contra seus próprios interesses. Esse conceito se torna ainda mais pertinente hoje, quando se anuncia uma nova tentativa da chamada marcha da insensatez bolsonarista.
Programado para hoje, o ato busca reunir pessoas em apoio às sanções de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes. Além disso, pretende colocar a culpa em Lula pelo aumento nos preços de produtos brasileiros nos Estados Unidos, enquanto manifesta solidariedade a Bolsonaro, que permanece inelegível e sob a vigilância da justiça.
Entretanto, minha aposta é de que essas manifestações não atrairão as multidões esperadas, nem mesmo na Avenida Paulista, um reduto da extrema direita. É importante lembrar que Bolsonaro está judicialmente impedido de sair de casa durante os fins de semana e, nos outros dias, deve permanecer em casa após as 19h.
E a situação se complica ainda mais com a ausência de figuras chave. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por exemplo, não participará do evento, alegando um procedimento médico com uma justificativa vagamente apresentada como um “conflito de agendas”. Por sua vez, Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, decidiu voar para o Pará para se encontrar com mulheres do PL, em outra reviravolta de agenda, deixando em aberto sua presença no ato em Belém.
Os poucos que devem marcar presença na Avenida Paulista incluem os deputados Sóstenes Cavalcante e Nikolas Ferreira, além do pastor Silas Malafaia, que é o organizador e financiador do evento. Enquanto isso, Eduardo, o embaixador do tarifaço, observa à distância, torcendo para que a situação não o desagrade.
Diante de tantos desencontros e desinteresses, quem ainda está disposto a embarcar na narrativa bolsonarista? Aqueles que, claramente, lutam para encontrar um lugar sob o sol político, mas cuja falta de votos suficientes se torna uma realidade inegável.
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