Neste domingo, 17 de agosto, as eleições bolivianas trouxeram à tona uma reviravolta inesperada. O senador Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC), lidera a contagem parcial com 31,6% dos votos. Logo atrás, o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga Ramírez, do Partido Liberdade e Democracia, obteve 27,1%. Ambos se preparam para um duelo decisivo no segundo turno.
Na terceira posição, o empresário Samuel Doria Medina, da Aliança Unidade, ficou com 19,5%. O candidato Andrónico Rodríguez, do partido Aliança Popular, segue em quarto, com 8,2%. Completando a lista, aparecem Manfred Reyes Villa (7,1%), Eduardo Des Castillo (3,2%), Jhonny Fernández (1,5%) e Pavel Aracena (1,4%).
Eleições na Bolívia
- A esquerda mantém o controle da Bolívia, através do partido Movimento ao Socialismo (MAS), por quase duas décadas.
- Essa continuidade foi brevemente interrompida entre 2019 e 2020, quando Jeanine Áñez se autoproclamou presidente.
- Pesquisas recentes já previam um desempenho superior de candidatos de direita em relação ao MAS.
A contagem de votos aponta para uma clara derrota da esquerda, visto que esta é a primeira vez que o MAS não chega ao segundo turno nas eleições bolivianas. A nova votação está marcada para o dia 19 de outubro.
Analistas locais atribuem a ascensão de Paz à sua capacidade de capturar o descontentamento popular com a polarização. Sua campanha, focada em gastos modestos nas redes sociais, contrastou com as estratégias mais agressivas de seus concorrentes.
Os dados parciais vêm de uma contagem realizada pela Captura Consulting SRL, sob o financiamento da Red Nacional, Caderna A e do periódico El Deber.
MAS enfraquecido
O clima antes das eleições já indicava um MAS em declínio. Depois de quase 20 anos no poder e liderado atualmente pelo presidente Luis Arce, o partido enfrenta o desgaste inevitável do tempo. A relação entre Arce e o ex-líder Evo Morales também se deteriorou após 2021, com divergências sobre o futuro da legenda e a escolha do candidato.
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