Em 2024, o Brasil enfrentou uma realidade alarmante: mais de 10 mil casos de roubos de carga, resultando em um prejuízo que ultrapassou R$ 1,2 bilhão. Com uma média de 27 ocorrências diárias, os números revelados pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) evidenciam um desafio persistente para as transportadoras e o setor logístico.
Esses crimes, na maioria das vezes realizados por quadrilhas organizadas, ocorrem em regiões estratégicas, próximas a rodovias e centros urbanos. Para mitigar os riscos, as empresas têm alterado suas rotas, aprimorado a segurança e investido em tecnologias de monitoramento. Contudo, essas providências acabam por elevar os custos do frete, que são repassados ao consumidor.
Com a implementação da Lei 14.599/23, tornou-se obrigatório para as empresas de transporte adquirir seguros específicos contra roubo e desaparecimento de cargas. Essa legislação provocou um aumento na busca por apólices; de janeiro a maio de 2025, a arrecadação do seguro RC-DC cresceu 8,1%, totalizando R$ 570 milhões, enquanto as indenizações aumentaram 12,4%, alcançando R$ 239 milhões. O seguro RCTR-C também apresentou crescimento, com arrecadação de R$ 721 milhões e pagamentos de indenizações na faixa de R$ 520 milhões.
Diante do cenário crescente de criminalidade, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) intensificou a fiscalização do setor. Desde agosto, a nova Portaria SUROC nº 27/2025 determina que empresas que não comprovem a contratação dos seguros ficarão com o Registro Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) suspenso. A fiscalização agora será digital e integrará informações com as seguradoras até março de 2026.
Os primeiros meses de 2025 já sinalizam uma preocupação ainda maior, com um aumento de 24,8% nos casos de roubo de cargas em comparação ao ano anterior. Esses dados sublinham que, apesar dos esforços regulatórios, o combate a esse tipo de crime continua sendo um dos maiores desafios para a economia e a segurança nas estradas brasileiras.
E você, o que pensa sobre essa situação crítica? Compartilhe sua opinião nos comentários!
Comentários Facebook