Na última segunda-feira (4/8), teve início, em um tribunal militar instalado em uma corte civil próxima a Moscou, o julgamento de 19 suspeitos pelo ataque devastador à Crocus City Hall, que em 22 de março de 2024 resultou em 149 mortos e 609 feridos. A audiências ocorrem a portas fechadas, e trinta sobreviventes estão acompanhando o processo. Entre os réus, quatro podem enfrentar pena de prisão perpétua.
O advogado Igor Trunov, representante de 115 vítimas, está preparado para solicitar a máxima punição para os culpados. Segundo ele, os principais acusados, todos do Tajiquistão, confessaram sua participação, embora apenas um tenha demonstrado arrependimento.
O ataque foi brutal: armados, os agressore invadiram a casa de shows, abrindo fogo contra a multidão e incendiando o local, onde cerca de 2 mil pessoas se aglomeravam. Curiosamente, quase metade das vítimas sucumbiu não aos tiros, mas a uma combinação de fumaça e monóxido de carbono, conforme revelado pela agência estatal russa TASS.
Durante a audiência, uma jornalistas da AFP viu os réus algemados em uma jaula de vidro, enquanto os sobreviventes observavam em silêncio. As próximas fases do julgamento estão programadas para a terça e a quinta-feira desta semana.
Em meio a essa tragédia, surgem também controvérsias. Embora o ataque tenha sido reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), o governo russo insinua um envolvimento ucraniano, sem apresentar provas claras. Em março, a investigação classificou o atentado como um plano orquestrado por serviços secretos de um “Estado hostil”, mas Kiev nega qualquer participação. Curiosamente, duas semanas antes do ataque, os EUA haviam alertado Moscou sobre uma ameaça iminente.
A repercussão do atentado desencadeou uma onda de xenofobia contra cidadãos da Ásia Central, levando à intensificação da legislação migratória no país. A situação reavivou também o debate sobre a possível reintrodução da pena de morte na Rússia, interrompida desde 1996.
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