No coração do Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado na manhã desta segunda-feira (11/8), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, levantou uma questão crucial: a necessidade de um telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump. Tarcísio afirmou que essa comunicação é essencial para discutir as tarifas que afetam diretamente o Brasil.
“Quantas reuniões de alto nível teremos com o Departamento de Estado? Quantas vezes o presidente brasileiro ligará para o presidente americano? É isso que faz a diferença, que nos permitirá apresentar argumentos sólidos”, destacou Tarcísio.
Tarcísio, um dos favoritos para suceder Jair Bolsonaro nas eleições de 2026, tem adotado uma nova postura em relação ao tarifaço americano. Sua busca por uma posição de destaque nas negociações o levou a enfrentar críticas, inclusive do filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro.
Sobre o tarifaço, o governador enfatizou a importância de estabelecer um diálogo direto. Ele mencionou a lei de reciprocidade, um mecanismo que permite ao Brasil retaliar sanções unilaterais que prejudicam sua competitividade. “Esse é um instrumento que devemos usar como uma ferramenta, não apenas deixá-lo na gaveta”, afirmou Tarcísio, enfatizando a atual janela de oportunidades no cenário econômico global e criticando a estratégia do governo federal.
“Não podemos ser o país que divide ricos e pobres, empregados e empregadores. Essas divisões não conduzem a lugar algum. O mundo nos oferece oportunidades, e precisamos aproveitá-las antes que escapem”, alertou.
Em seu discurso, Tarcísio também abordou a ampliação das negociações com o mercado chinês, ressaltando que o Brasil deve adotar uma postura equilibrada entre as duas potências: “O Brasil sempre soube dançar com americanos e chineses sem se comprometer”, disse ele, enfatizando a importância de manter essa habilidade.
- Desde que Trump anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, Tarcísio ajustou seu discurso, enfrentando críticas significativas.
- No dia 9 de julho, data do anúncio da sanção econômica, Tarcísio expressou em suas redes sociais que “Lula priorizou sua ideologia em detrimento da economia, e agora enfrentamos as consequências”.
- Essa mensagem foi mal recebida por alguns setores do mercado, que a interpretaram como politicagem em um assunto sensível.
- No dia seguinte, durante uma coletiva, Tarcísio tentou suavizar a situação, sugerindo que o tarifaço poderia ser “deletério, especialmente para estados com uma produção industrial mais robusta”.
- Posteriormente, ele se reuniu com Jair Bolsonaro em Brasília, onde informou sobre suas intenções de negociar com representantes dos EUA.
- Ainda na capital, Tarcísio encontrou-se com o encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar.
- No dia 15/7, Escobar visitou São Paulo para um encontro a portas fechadas com Tarcísio e empresários no Palácio dos Bandeirantes, onde discutiram o tarifaço que entraria em vigor em 1º de agosto.
- Tarcísio planejou contatar governadores americanos para buscar a redução dessa tarifa.
As discussões sobre as tarifas dominaram o evento, especialmente na ausência do vice-presidente Geraldo Alckmin. Jorge Viana, presidente da Apex Brasil, mencionou a intenção de abrir um escritório em Washington e contratar consultores americanos para avançar nas negociações com o governo dos EUA.
Quais são suas opiniões sobre o posicionamento de Tarcísio? Você acredita que essa estratégia pode beneficiar o agronegócio brasileiro? Deixe seu comentário!
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