Em meio à desertificação, iniciativas públicas e sociais incentivam resiliência da caatinga e cerrado baianos

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A Caatinga e o Cerrado se erguem como os biomas mais emblemáticos da Bahia, abrigando grande parte do seu território. No entanto, esses ecossistemas enfrentam severas ameaças por conta de queimadas e degradação ambiental. Estudos recentes, revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indicam que a Bahia abriga a primeira microrregião árida do Brasil. A pesquisa, divulgada em novembro de 2023, fez alarde ao identificar características de clima árido, especialmente em municípios como Itaparica, Abaré e Paulo Afonso.

A luta pela resiliência climática inicia-se com o reconhecimento da realidade: as zonas semiáridas estão crescendo, e a falta de água impacta diretamente atividades econômicas como a agricultura. Um mapeamento lançado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) destaca áreas suscetíveis à desertificação, informando que a parte central do estado apresenta alta vulnerabilidade. Estrategicamente colorido no novo mapa, o laranja indica os locais onde a aridez é mais pronunciada.

Tiago Porto, diretor de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, enfatiza que cerca de 85% da Bahia está inserida no semiárido. As condições exigem um tratamento adequado e políticas públicas que visem não apenas a sobrevivência, mas a dignidade da população local. O Plano Estadual de Convivência com o Semiárido, em vigor até 2029, traça diretrizes que incluem a regularização fundiária e inovação tecnológica para o semiárido, mostrando que o Estado já está em ação.

No entanto, a estratégia não pode se restringir às iniciativas governamentais. As soluções também emergem da sociedade civil. “A Tenda Verde”, promovida pela Fundação Verde, busca agregar líderes comunitários em seminários que discutem a desertificação. Ivanilson Gomes, presidente do Partido Verde na Bahia, e Vânia Almeida, coordenadora do projeto, foram fundamentais nessas mobilizações. Eles destacam a importância de uma abordagem colaborativa, envolvendo as comunidades na busca por soluções viáveis.

Como um reflexo do cenário atual, Vânia chama atenção para a necessidade de transformar a mentalidade que envolve a exploração dos recursos naturais. O comprometimento das comunidades tradicionais, muitas vezes as mais afetadas pelas mudanças climáticas, é crucial. Há uma urgência em comunicar a gravidade da desertificação e em implementar estratégias financeiras que possibilitem a ação efetiva nas localidades. “Uma única ação não resolverá os problemas climáticos, mas cada passo é essencial”, conclui Vânia.

A expectativa é que, na COP30, que ocorre em novembro, diversas vozes se unam para debater e buscar soluções para esse desafio imenso. É um momento de conscientização, união e mobilização. A partir de agora, é sua vez de participar: como você acha que podemos enfrentar a desertificação na Bahia? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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