A LCM Construção e Comércio, atualmente sob investigação na Operação Route 156, destaca-se por seus contratos com o DNIT em 25 estados do Brasil. Curiosamente, a única exceção é São Paulo, que não mantém qualquer vínculo com a empresa, enquanto a superintendência de Goiás, que abrange o Distrito Federal, está incluída entre os acordos.
Os contratos da LCM com o DNIT ultrapassam a impressionante cifra de R$ 15 bilhões, com o Pará liderando a lista ao somar R$ 2,3 bilhões. A liderança da superintendência no estado, Diego Benitah Batista, foi nomeada durante o governo Lula em 2023, e a LCM fechou seus primeiros contratos em 2015. Um ponto culminante ocorreu em 2021, com R$ 1,1 bilhão em contratos apenas naquele ano.
Em termos de valores, o Rio Grande do Sul vem logo atrás, com cerca de R$ 2 bilhões, seguindo-se de Rondônia e Maranhão, que somam R$ 1,5 bilhão e R$ 1,4 bilhões, respectivamente. Por fim, o Amazonas completa o top 5 com R$ 1 bilhão em contratos, totalizando mais da metade do fluxo financeiro da LCM com o DNIT nacional, que também considera R$ 722 milhões em contratos federais.
Com um passado que remonta a 2014, a LCM se expandiu após a Lava Jato, ao substituir grandes empreiteiras implicadas em escândalos de corrupção. A empresa recebeu aproximadamente R$ 10 bilhões do governo federal, incluindo R$ 418 milhões oriundos de emendas parlamentares, algumas ligadas ao controverso orçamento secreto.
Na Operação Route 156, a Polícia Federal investiga irregularidades nas obras da BR-156 no Amapá e um possível esquema de manipulação de licitações envolvendo R$ 60 milhões. O empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, presidente da LCM, foi um dos alvos da operação, assim como o superintendente do DNIT no Amapá, Marcello Linhares, que foi afastado de seu cargo por ordem judicial.
A LCM se defende, afirmando ser uma empresa tradicional de construção pesada, com um robusto programa de compliance que garante a regularidade de suas operações. O DNIT, por sua vez, enfatiza seus rigorosos mecanismos de controle e integridade, assegurando que propostas são analisadas criteriosamente e que qualquer indício de irregularidade é investigado.
Em meio à tempestade de acusações e investigações, a política e a construção civil se entrelaçam de forma intrigante. Que reflexões isso traz à tona sobre a transparência nas relações governamentais? Compartilhe suas opiniões nos comentários!
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