Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta um dado alarmante: 73% das mortes de jovens por violência ou acidentes no Brasil entre 2022 e 2023 envolvem pessoas negras. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira, 25 de agosto, e faz parte do 1º Informe Epidemiológico sobre a Situação da Saúde da Juventude Brasileira, realizado pela Agenda Jovem Fiocruz e pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.
Entre jovens de 15 a 19 anos, as estatísticas são ainda mais preocupantes. A cada 100 mil habitantes, negros sofreram 161,8 mortes por causas externas, enquanto os brancos registaram 78,3 e os amarelos 80,8. A população indígena teve uma taxa de 160,7.
Dados que Impõem Reflexão
- 65% das mortes de jovens (15 a 29 anos) foram causadas por violência ou acidentes.
- Na população em geral, essa proporção é de apenas 10%.
- Homens jovens morrem oito vezes mais do que mulheres nessas situações.
- Na faixa de 20 a 24 anos, a taxa de mortes é de 390 por 100 mil habitantes.
- A maioria dos rapazes morre nas ruas (57,6%), enquanto as jovens costumam falecer em casa (34,5%).
- Mortes por intervenção policial atingem 3% entre os jovens, contra 1% na população geral.
Desigualdade e Políticas Públicas Ausentes
A pesquisadora Bianca Leandro, da EPSJV, ressalta a necessidade de se atentar para as disparidades sociais. “A violência afeta de forma distinta conforme a idade, gênero, raça e local de residência do jovem”, afirmou, destacando que as condições de vida influenciam diretamente as agressões.
André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, reforçou a falta de políticas públicas como um fator crítico. “O direito à vida é uma bandeira dos movimentos juvenis, pois a juventude é a mais afetada pela violência letal. Precisamos não apenas relatar os números alarmantes, mas também enfrentar as causas, como a forma como a sociedade vê os jovens e a carência de políticas que os protejam”, concluiu.
E você, o que pensa sobre essa realidade? Suas opiniões e comentários são bem-vindos. Vamos conversar!
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