Após o anúncio de proibição do uso da Praça das Artes, a Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) não se deixou abater. Com coragem e determinação, os organizadores revelaram novos locais que sediarão o evento entre os dias 6 e 10 de agosto em São Paulo. Agora, os encontros literários acontecerão nos vibrantes bairros Campos Elíseos e Bela Vista, novos “espaços de resistência” batizados de “Plano B – Bunker Blindado”.
A mudança repentina ocorreu após a Fundação Theatro Municipal (FTM) anunciar, em uma decisão controversa, que a festa não poderia ser realizada. O diretor-geral, Abraão Mafra, argumentou que o evento apresentava um conteúdo carregado de viés político, o que, segundo ele, comprometeria seu propósito original de promoção da literatura independente. “A Feira tinha em sua programação conteúdo exclusivamente de apelo ideológico”, declarou a Fundação.
A crítica à decisão não tardou. A Flipei denunciou o ocorrido como uma forma de “censura” da gestão municipal, ressaltando que o ofício comunicado na véspera do evento expunha um desconforto em relação aos temas abordados. A polêmica se intensificou também pelo envolvimento de forças externas que, segundo a Flipei, buscam silenciar discussões sobre tópicos sensíveis, como a questão palestina.
Os novos locais para a realização do evento são:
- Galpão Elza Soares: Alameda Eduardo Prado, 474 – Campos Elíseos
- Casa Luís Gama: Rua Guainases, 1435 – Campos Elíseos
- Café Colombiano: Alameda Eduardo Prado, 493 – Campos Elíseos
- Sol Y Sombra: Rua Treze de Maio, 180 – Bela Vista
A organização Sustenidos, que administra a Praça das Artes, não concordou com as alegações feitas pela FTM. Em um ofício à Prefeitura, argumentou que a realização da Flipei não prejudicaria as aulas das escolas locais, e que a tentativa de deslegitimar o evento por motivos políticos infringiria a liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal.
Neste ano, a Flipei promete ser grandiosa. Com a participação de mais de 220 editoras e uma programação rica em debates e apresentações, como shows de Rincon Sapiência e Dead Fish, o evento reunirá vozes significativas, incluindo o historiador Illan Pappé, conhecido por sua crítica às políticas de Israel no contexto do conflito com a Palestina.
Em suas próprias palavras, os organizadores afirmam que a Flipei é uma celebração que se opõe à elitização cultural imposta pelo conservadorismo, buscando promover diversidade e um espaço para novas ideias e imaginações. Ao invés de um naufrágio cultural, a festa se posiciona como um porto seguro para a literatura.
E você, o que pensa sobre essa mudança e a polêmica que a cerca? Compartilhe sua opinião nos comentários e vamos juntos discutir o futuro da literatura independente!
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