Em uma sessão tensa no Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Luiz Fux e Luís Roberto Barroso travaram um acalorado debate sobre a relatoria de uma ação que amplia a incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para remessas ao exterior. O descontentamento de Fux emergiu quando ele não conseguiu manter a relatoria da ação, expressando sua frustração ao afirmar que, apesar de já ter sido voto vencido em outros julgamentos, nunca teve sua relatoria retirada antes.
Fux, ao final da sessão, manifestou sua “irresignação”, destacando que considerou a manifestação de Barroso como “completamente dissonante” do que havia sido discutido anteriormente no plenário. “Não sou de pedir relatoria, mas achei necessário trazer isso à tona para que não se repita com outros colegas”, ressaltou o ministro.
Barroso, contrapondo-se a Fux, argumentou que seu colega tinha todo o direito de expressar seu descontentamento. Ele se lembrou de ter perguntado a Fux se ele gostaria de reajustar seu voto para continuar como relator, recebendo a resposta negativa. Fux, por sua vez, defendeu que não poderia reajustar sua posição por respeito aos colegas que o apoiaram, alegando que Barroso não fez uma oferta clara nesse sentido.
A tensão aumentou quando Barroso, evidenciando sua irritação, disse que Fux não estava sendo “fiel aos fatos” e enfatizou que ele havia perguntado diretamente sobre o interesse em reajustar o voto. O decano da Corte, Gilmar Mendes, tentou intervir para acalmar os ânimos, mas Barroso decidiu encerrar a sessão, fechando o computador com força, evidenciando a gravidade do momento.
A discussão se centrou na aplicação do tributo a qualquer remessa ao exterior, mesmo que o contribuinte não se beneficie diretamente da intervenção estatal. No voto do ministro Flávio Dino, prevaleceu a ideia de que a Constituição não limita as condições de incidência da contribuição, contanto que a arrecadação seja direcionada à área de ciência e tecnologia, conforme previsto na legislação. Dino foi apoiado por outros ministros, que refletiram a mudança na política econômica adotada pelo governo.
Este confronto no STF não apenas revela as divergências entre os ministros, mas também ilustra a complexidade das questões tributárias em discussão no país. Qual sua opinião sobre essa troca de ideias? Deixe seu comentário e contribua para essa discussão importante!
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