As empresas familiares desempenham um papel fundamental na economia brasileira. Ao observar as maiores companhias do país, fica claro o impacto significativo desses grupos na geração de riqueza e empregos. Na Bahia, das 17 empresas na lista Exame Melhores e Maiores 2024, mais da metade é familiar.
Essas empresas, que têm membros da mesma família em sua gestão, apresentam vantagens, como uma visão de longo prazo e um forte compromisso com seus valores. No entanto, a sucessão e a manutenção desses princípios diante de mudanças contínuas representam um desafio significativo.
Sobrevivência
Um estudo do Banco Mundial indica que apenas 15% das empresas familiares sobrevivem a partir da terceira geração. De acordo com dados de 2024 do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, a falta de planejamento sucessório é o principal obstáculo para essas corporações. Questões familiares, como herança e disputas de poder, além de aspectos emocionais, complicam essa transição.
Pense na história de um fundador que estabelece uma companhia de sucesso. Seus filhos provavelmente seguirão seus passos, e assim por diante. Após três gerações, a empresa, antes centrada na figura do fundador, transforma-se em uma “sociedade de primos”, como descreve o economista Daniel Augusto Motta.
Uma pesquisa realizada pela KPMG em 2023 revelou que apenas 15% das lideranças acreditam que a próxima geração está pronta para assumir a gestão. Entre os atributos mais valorizados, 59% apontaram “conhecimento do negócio” como essencial, enquanto apenas 25% mencionaram a “educação formal de qualidade”. Isso mostra que ser parte da família é considerado mais importante que a formação técnica.
Papel dos Consultores e Conselheiros
Embora o sucessor seja muitas vezes escolhido entre os membros da família, contar com consultores externos pode ser extremamente benéfico. Esses profissionais auxiliam tanto no processo sucessório quanto na gestão da empresa.
Os consultores e membros independentes dos Conselhos de Administração desempenham um papel essencial na governança. Eles ajudam a balancear os interesses familiares e as estratégias do negócio, além de serem menos influenciados por emoções, garantindo a continuidade da empresa.
A engenheira Monika Conrads, conselheira experiente, enfatiza o papel educativo do conselheiro em empresas jovens, introduzindo boas práticas de forma respeitosa à cultura familiar. Para empresas mais estabelecidas, a função se concentra em assegurar que a governança evolua e que a inovação continue sem perder a essência da organização.
Monika também destaca a necessidade de que o planejamento sucessório seja abordado com antecedência para preparar os herdeiros para a liderança ou para auxiliar na escolha de executivos externos que compartilhem os valores da família.
Pequenas e Médias Empresas
Importante lembrar que a governança não é uma preocupação exclusiva de grandes empresas familiares. Pequenas e médias também podem se beneficiar muito ao implementar estruturas e processos desde cedo. Isso contribui para profissionalizar a gestão, melhorar a tomada de decisões e atrair investimentos.
As pequenas e médias empresas que adotam boas práticas de governança podem obter vantagens significativas, impactando positivamente seu crescimento e contribuindo para a economia do país.
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