Guerrilheiro mais procurado da Colômbia diz que não vai se render

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Iván Mordisco, o líder guerrilheiro mais procurado da Colômbia, declarou, neste sábado, que não pretende se render, mesmo após a prisão de seu irmão, Mono Luis, nos arredores de Bogotá. A Colômbia enfrenta uma onda de violência extremo, com pelo menos 19 mortos e mais de 100 feridos apenas nesta semana, atribuída a grupos armados guerrilheiros.

Mordisco lidera o Estado-Maior Central (EMC), um grupo de rebeldes que rompeu com o acordo de paz de 2016 entre o governo e as Farc. O presidente Gustavo Petro fez uma comparação com Pablo Escobar, o infame narcotraficante que morreu em 1993.

De acordo com as autoridades colombianas, Mordisco está fugindo pela Amazônia após ter sido ferido durante uma operação. Em uma declaração nas redes sociais, ele afirmou: “desapareceram com uma irmã minha e não me rendi”, relembrando um episódio da era do ex-presidente Álvaro Uribe.

Na sexta-feira, o presidente Petro anunciou a captura de Mono Luis, que se envolvia em narcotráfico, finanças ilícitas e logística do EMC. Em resposta, Mordisco desafiou: “Se você desejar, acabe com o restante da minha família. Não confio na Justiça colombiana, mas acredito na justiça revolucionária e isso será um motivo a mais para lutar por mudanças estruturais no país.”

O EMC, sob seu comando, é acusado de um ataque com caminhão-bomba em Cali, que deixou seis mortos e mais de 60 feridos na última quinta-feira. O Ministério Público identificou dois guerrilheiros como responsáveis pelo ataque e os indiciou por homicídio qualificado.

Dissidências das Farc

O atentado em Cali coincide com um outro ataque de um grupo guerrilheiro, que resultou na morte de 13 policiais após um helicóptero ser derrubado por um drone em Antioquia. Autoridades atribuem esses ataques a dissidências das Farc que rejeitam o acordo de paz de 2016.

Desde que Mordisco abandonou as negociações de paz com o governo Petro em 2024, após um ano de tentativas, as dissidências intensificaram suas ações contra o Estado.

O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, afirmou que não há cessar-fogo com nenhum grupo criminoso há mais de seis meses, e operações ofensivas continuam a ser realizadas. Ele se encontra em Antioquia, coordenando ações contra guerrilheiros, paramilitares e cartéis envolvidos com o narcotráfico e atividades ilegais.

Crise de segurança

A situação de segurança no país se agrava, especialmente em um ano que deveria ser voltado para as eleições presidenciais. Em um trágico episódio recente, Miguel Uribe, candidato favorito da direita, foi assassinado em um atentado em Bogotá.

Embora o acordo de paz de 2016 tenha proporcionado um período de certa tranquilidade, especialistas apontam que a falta de presença estatal nos territórios anteriormente dominados pelas Farc facilitou o surgimento de novos grupos armados.

Desde que assumiu, em 2022, o presidente Petro tem buscado diálogo com todos os grupos armados, mas muitos processos estão paralisados. As negociações com o Clã do Golfo, no Catar, estão avançando, assim como com uma pequena dissidência do ELN.

O que você pensa sobre a situação atual da Colômbia e as ações de Iván Mordisco? Deixe suas opiniões nos comentários.

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