Na manhã em que a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA foi ativada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma reunião virtual com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, marcada para a próxima quarta-feira (13). Essa conversa se propõe a discutir a polêmica medida e, dependendo do desenrolar, pode se transformar em um encontro presencial. O ministro revelou que o Ministério da Fazenda finalizou um plano de apoio direcionado às empresas brasileiras afetadas, especialmente focando em pequenos exportadores.
O pacote de ajuda contemplará linhas de crédito facilitadas e incremento nas compras públicas para os setores mais prejudicados. Quando aprovado pelo presidente Lula, o plano será formalizado por meio de uma medida provisória. “Estamos criando um detalhamento cuidadoso para atender principalmente pequenos empresários que dependem do mercado americano”, declarou Haddad.
Ele também expressou críticas à postura de parlamentares e governadores da oposição que, segundo ele, são responsáveis pelo agravamento da crise comercial entre os dois países. O ministro se referiu particularmente a declarações do deputado Eduardo Bolsonaro, que afirmou não ter sofrido pressão do agronegócio para alterar sua defesa por sanções ao Brasil. Haddad enfatizou a urgência de um diálogo construtivo entre empresários e a oposição para evitar danos adicionais ao país. “Devemos nos unir em prol do interesse nacional”, insistiu.
A imposição da sobretaxa se segue a uma ordem executiva do presidente Donald Trump, que a justifica como uma resposta a ações brasileiras que, segundo ele, prejudicam interesses dos EUA e atacam a liberdade de expressão. A nova tarifa aumentou em 40 pontos percentuais a taxa que antes era de 10%, totalizando 50%. Contudo, 700 produtos de grande relevância para os Estados Unidos, como petróleo e aviões da Embraer, foram isentados dessa sobretaxa. Entretanto, itens como café, cacau e carnes não foram poupados.
A reunião entre Haddad e Bessent representa uma chance para um diálogo mais amplo entre os presidentes Lula e Trump, trazendo à tona a importância de abordagens diplomáticas para resolver tensões políticas que possam interferir no comércio entre os dois países. “Esses problemas são independentes do governo federal, e é preciso focar na construção de soluções”, concluiu o ministro.
O que você acha das medidas propostas? Deixe seu comentário e participe dessa discussão importante!
Comentários Facebook