A Colômbia vivenciou um dos dias mais violentos da última década na quinta-feira, 21 de agosto de 2025. Em ataques separados, 13 pessoas perderam a vida e dezenas ficaram feridas, em um aumento das ações de grupos armados que desafiam o governo. Às 15h locais, um caminhão-bomba explodiu em Cali, ao lado de uma base aérea, resultando na morte de cinco pessoas e 36 feridos, de acordo com o balanço oficial. O ataque não foi reivindicado até o momento.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a devastação: veículos incendiados e moradores fugindo em pânico. O prefeito Alejandro Eder confirmou que a explosão teve como alvo uma escola militar de aviação e destacou os danos causados, incluindo evacuação de alunos nas proximidades. “Foi um estrondo fortíssimo. Há muitas casas danificadas e vários feridos”, afirmou Héctor Fabio Bolaños, diretor de uma escola vizinha.
A situação em Cali, com 2,2 milhões de habitantes, é crítica, com a cidade sob forte pressão de guerrilhas e narcotraficantes em disputa pelo controle do tráfico de cocaína para os Estados Unidos e Europa. Em Antioquia, no noroeste do país, a maior dissidência das extintas Farc atacou a polícia durante uma operação contra narcocultivos. Armados com fuzis e drones explosivos, os rebeldes derrubaram um helicóptero, resultando na morte de oito pessoas, cuja identidade ainda não é clara.
Relatos em vídeo mostram o momento em que a aeronave é atingida, seguidas de nuvens de fumaça. O uso de drones com explosivos tem se tornado comum nos conflitos. Um relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha revelou que o número de vítimas relacionadas a esses artefatos, especialmente por meio de drones, dobrou nos primeiros meses de 2025.
Essa onda de violência acontece em um ano eleitoral. Em agosto, o candidato da direita Miguel Uribe, líder nas pesquisas, foi assassinado, intensificando a instabilidade. O presidente Gustavo Petro, o primeiro de esquerda da história do país, pediu que a comunidade internacional considere como “organizações terroristas” duas facções dissidentes das Farc e o Clã do Golfo, maior cartel de cocaína da Colômbia.
Desde 2022, Petro busca negociar com diversos grupos armados, mas a maioria das conversas não avançou. Os diálogos com o Clã do Golfo em Doha e com pequenas facções do ELN e das Farc, por outro lado, continuam. Atualmente, a Colômbia é o maior produtor de cocaína do mundo, com 253 mil hectares dedicados à plantação em 2023. O governo investe em programas de erradicação voluntária, oferecendo incentivos econômicos aos agricultores.
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