Um tribunal em Bogotá decidiu, na última terça-feira (19), pela libertação imediata do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe enquanto analisa seu recurso contra a condenação de 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual. Desde o dia 1º de agosto, Uribe está restrito em sua residência, na cidade de Rionegro, a cerca de 30 km de Medellín, sua terra natal.
Uribe, que governou a Colômbia entre 2002 e 2010, recebeu a pena após tentativas de subornar paramilitares com o intuito de desvinculá-los de esquadrões de combate à guerrilha. Ao recorrer da decisão histórica, ele afirma que seu julgamento foi influenciado politicamente, especialmente pela pressão da atual administração de esquerda.
O Tribunal Superior de Bogotá considerou que os argumentos da juíza de primeira instância para justificar a prisão domiciliar eram “vagos e imprecisos”, concluindo que não havia risco de fuga nem ameaça para a sociedade. O tribunal tem até 16 de outubro para confirmar a condenação ou absolver o ex-presidente; caso contrário, o processo será arquivado.
O pano de fundo dessa complexa trama remonta a 2012, quando Uribe acusou o senador de esquerda Iván Cepeda de um suposto complô para vinculá-lo a paramilitares. A situação se reverteu em 2018, quando a Suprema Corte começou a investigar Uribe por manipulação de testemunhas para desacreditar Cepeda, que afirmou respeitar a decisão judicial, embora não concorde com ela.
Durante seu governo, marcado por uma intensa luta contra guerrilhas de esquerda e forças do Estado, Uribe angariou apoio popular ao reforçar a segurança na Colômbia. Entretanto, sua administração também foi confrontada com críticas devido aos insurgentes assassinatos cometidos por militares na luta contra rebeldes. Das milhões de vítimas do conflito armado, uma significativa porcentagem ocorreu durante seu mandato.
Após a condenação, reações internacionais surgiram, incluindo a do secretário de Estado dos EUA, que denunciou a “instrumentalização do sistema judiciário colombiano”. Juntamente com um apoio emergente nas ruas, Uribe continua recebendo respaldo de aliados, como o senador americano Bernie Moreno, que celebrou a decisão de libertação.
O desfecho desse caso poderá redefinir não apenas a trajetória de Uribe, mas também impactar o cenário político colombiano. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário!
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