Na virada do século, as iniciativas públicas e privadas começaram a oferecer apoio financeiro para a renovação dos terreiros, contribuindo para a preservação dos sagrados jardins de folhas. Com o passar dos anos, a demanda se transformou: agora é essencial que esses espaços culturais também tenham acesso a wifi e tecnologia moderna. A conexão à internet não é apenas uma questão de modernidade, mas uma forma de libertação do isolamento cibernético—um desafio que se torna cada vez mais relevante para as expressões afro-baianas.
O Programa Cultura Conectada, resultado da colaboração entre os ministérios das Comunicações e da Cultura, visa superar as barreiras digitais que afetam os terreiros de candomblé. Essa iniciativa pretende sanar uma desigualdade histórica, uma vez que as práticas culturais de comunidades afro-brasileiras frequentemente sofrem com o apagamento e a exclusão digital, uma consequência dos legados deixados pelos navios negreiros.
Na fase inicial do projeto, mais de 200 computadores serão distribuídos para comunidades que mantêm viva a ancestralidade. A proposta é não apenas inserir tecnologia, mas também promover um diálogo rico entre a modernidade e as tradições sagradas, proporcionando novas perspectivas sobre conceitos de tempo, espaço, vida e morte.
O Programa Cultura Conectada é, portanto, uma oportunidade de fortalecer a cidadania e a visibilidade de ações imprescindíveis que, por anos, foram difíceis de comunicar. O Ilê Axé Odô Omin, no Quilombo Quingoma, e o Ilê Axé Ogum Sidé são algumas das casas de santo que já abraçaram essa ideia, inspiradas pelo trabalho da artista baiana Margareth Menezes.
Acredita que essa iniciativa pode mudar a realidade cultural no Brasil? Compartilhe seus pensamentos e vamos debater o futuro das tradições afro-brasileiras na era digital! Sua voz é importante.
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