MG: delegada casada com suspeito de matar gari é afastada das funções

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A delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais, teve suas funções suspensas por 60 dias. O motivo? Ela é casada com René Nogueira Júnior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em 11 de agosto.

A licença de Ana Paula começou no dia 13 de agosto, com a publicação de sua suspensão no Diário Oficial no último sábado (23/8). O afastamento foi autorizado pelo Hospital da Polícia Civil dois dias após o crime, mas o laudo médico não revelou detalhes sobre sua condição de saúde. Esse afastamento pode ser estendido, dependendo da avaliação do corpo médico.

BH 5

Apesar de René alegar que Ana Paula não possui qualquer responsabilidade no caso, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu sua “responsabilização solidária”. Isso se deve ao fato de a pistola utilizada no crime ser registrada em nome dela.


O que aconteceu

  • René foi preso duas semanas após o assassinato do gari em Belo Horizonte. Ele comentou que o desentendimento foi por causa do trânsito, o que foi contestado por testemunhas que afirmaram que não houve briga.
  • De acordo com relatos, René dirigia um veículo e ameaçou a motorista do caminhão de coleta de lixo, dizendo que iria “atirar na cara dela”. Posteriormente, disparou contra os garis, atingindo Laudemir.
  • Após o tiro, René foi para a academia, onde foi preso.

Investigação em andamento

A direção do Hospital da Polícia Civil incluiu Ana Paula na lista de servidores que receberam licença para tratamento de saúde. Desde a morte de Laudemir, ela não se manifestou. A Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento para investigar a conduta da delegada. Uma perícia confirmou que a arma era dela, mas, na ocasião da abertura do caso, ela não foi afastada por ausência de indícios de participação.

No depoimento, René disse que atuou em defesa durante uma discussão de trânsito, mas colegas da vítima negaram essa versão.

O MP argumenta que Ana Paula deve ser responsabilizada porque a arma usada era dela, além do veículo dirigido por René estar registrado em seu nome. A promotoria destacou que o estilo de vida do casal nas redes sociais sugere que podem arcar com indenizações significativas.

Confissão do suspeito

No dia 18 de agosto, René confessou ter matado Laudemir. Ele afirmou não ter tomado a medicação para bipolaridade no dia do crime e mencionou que estava armado por insegurança. Acreditou que não havia atingido ninguém com o tiro, o que o impediu de prestar socorro.

Ele afirmou que estava nervoso por causa de um novo emprego e que, por isso, esqueceu a medicação. Segundo ele, o remédio é fundamental para equilibrar o humor.

Esse caso levanta questões sobre a responsabilidade de autoridades em situações de violência urbana. O que você pensa sobre o afastamento da delegada e a atuação do MP nesse caso? Deixe sua opinião nos comentários.

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