O Ministério Público da Bahia (MP-BA) emitiu uma nova recomendação direcionada às delegacias de polícia de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. O objetivo é informar as vítimas de crimes como calúnia, difamação e injúria que registrar um boletim de ocorrência não é suficiente para iniciar um processo judicial. Essa medida visa corrigir um erro comum que pode fazer com que muitas pessoas percam o direito de processar seus ofensores por falta de informação.
A recomendação, publicada nesta quinta-feira (28), ressalta que, para os crimes de ação penal privada, ou seja, aqueles que afetam a honra, a investigação policial não substitui a necessidade da vítima de ingressar com uma ação judicial. A promotora de Justiça Anna Karina Omena Vasconcellos Trennepohl alerta que é comum as vítimas acreditarem que, ao registrar um boletim, já fizeram tudo o que era necessário. No entanto, essas ações não acontecem automaticamente; é responsabilidade da vítima propor a ação, e a inação pode levar à prescrição do direito.
O prazo para que a vítima inicie a ação é de seis meses a contar da data em que tomou conhecimento do autor do delito. Após esse período, o direito é extinto, mesmo que haja um inquérito policial em andamento.
Para evitar que essa situação ocorra, o MP-BA orientou que as autoridades policiais adotem um procedimento padrão. Ao registrar a ocorrência, a vítima ou seu representante legal deve receber uma orientação formal, através de um termo redigido de forma clara, explicando a necessidade de apresentar uma queixa-crime com a ajuda de um advogado ou da Defensoria Pública.
A recomendação também indica que sempre que possível, a vítima deve assinar esse termo, confirmando que foi informada sobre os trâmites legais e os prazos. O modelo do documento deverá incluir as informações de contato da Defensoria Pública local para facilitar o acesso a assistência jurídica gratuita.
As delegacias de Camaçari têm um prazo de 15 dias, a partir da notificação, para informar ao MP sobre as ações tomadas para atender à recomendação.
Essa iniciativa do MP-BA é uma importante ação de esclarecimento, garantindo que as vítimas estejam cientes dos seus direitos legais. O que você acha sobre essa medida? Compartilhe sua opinião!
Comentários Facebook