Em uma ação surpreendente, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu, na última sexta-feira (8), a suspensão imediata das obras e serviços relacionados à sala VIP exclusiva para ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no Aeroporto Internacional de Brasília. Com um contrato de R$ 1,5 milhão por dois anos, o projeto promete um espaço privativo, estacionamento reservado e escolta, mas levanta questões sobre sua necessidade e custo.
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado fundamentou a solicitação ao destacar a falta de justificativas robustas para o alto investimento. Ele enfatizou a importância de analisar a economicidade, legalidade e interesse público dessa contratação, pedindo que o caso fosse também enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para averiguar possíveis ações penais e improbidade administrativa em caso de irregularidades.
Furtado ressaltou que o uso do espaço por apenas 27 ministros, com o custo elevado, traz à tona dúvidas sobre a real necessidade de uma sala VIP. “Os valores incluem não apenas aluguel e despesa de manutenção, mas também serviços como transporte privativo, que não se restringem a viagens oficiais”, explicou ele, criticando a justificativa do TST de que a sala seria uma questão de segurança.
O subprocurador desafiou a defesa do TST, apontando a ausência de estudos técnicos que comprovem a necessidade de tal segurança. Ele sugeriu a utilização de salas VIP já disponíveis no aeroporto, que atendem ao público e poderiam ser usadas pelos ministros com reembolso, como ocorre em outras instituições. Para ele, essa alternativa permitiria reforçar a segurança durante o embarque sem onerar excessivamente os cofres públicos.
Dentre as ações solicitadas, o MP requereu que o TCU: conheça e analise o contrato do TST quanto à sua legalidade e aderência ao interesse público; suspenda as obras até a conclusão dessa análise; responsabilize gestores por falhas na condução do processo; recomende alternativas mais econômicas ao TST e encaminhe o resultado às autoridades competentes para averiguação de possíveis irregularidades.
Até o momento, o TST não se manifestou oficialmente sobre as questões levantadas, aguardando mais informações sobre a situação. O debate sobre o uso consciente dos recursos públicos e as prioridades em tempos desafiadores é mais relevante do que nunca. O que você pensa sobre essa situação? Sua opinião é importante. Compartilhe nos comentários!
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