Em um momento crucial para a democracia brasileira, o professor Steven Levitsky, da Universidade de Harvard, fez uma análise perspicaz sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em um evento realizado no Senado. Durante sua palestra, ele destacou como as instituições brasileiras têm enfrentado os desafios impostos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Levitsky elogiou a postura firme do STF, afirmando que a resposta do Brasil foi mais eficaz do que a dos Estados Unidos diante do autoritarismo de Donald Trump.
Levitsky, coautor do impactante livro “Como as democracias morrem”, afirmou que a sociedade americana carece da consciência necessária sobre os riscos de um regime autoritário. Segundo ele, a falta de mobilização popular contra Trump se deve a uma amnésia coletiva sobre regime autoritário, contrastando com a pronta reação do Brasil, que viveu sob um regime de exceção no passado. “O Brasil está investigando Bolsonaro, processando-o e banindo sua candidatura. Isso tem consequências significativas”, destacou.
O professor também observou um fenômeno preocupante nas democracias ocidentais: a ascensão de líderes populistas entre uma sociedade insatisfeita, um cenário que, segundo ele, facilita a emergência de autocratas. “As democracias estão mais frágeis hoje, e a insatisfação do eleitorado pode levar à escolha de aqueles que buscam destruir as instituições”, alertou Levitsky. Ele ressaltou que a qualidade da democracia depende da capacidade do Estado em atender às demandas sociais.
Levitsky citou exemplos de coalizões políticas na Europa que estão isolando extremistas autoritários, enfatizando a importância da mobilização popular. Movimentos na Alemanha e em Israel demonstram como a colaboração entre cidadãos, líderes empresariais e figuras públicas pode impedir retrocessos democráticos. “A sociedade precisa ter clareza sobre os limites que não podem ser cruzados”, afirmou.
Durante a sessão de perguntas, Levitsky também abordou a influência das redes sociais na disseminação de desinformação, defendendo a regulação dessas plataformas. Ele comparou a situação dos EUA com outras democracias onde a regulação é mais rigorosa, reforçando que nenhum lugar possui liberdade de expressão absoluta.
A discussão no Senado, conduzida pelo senador Randolfe Rodrigues, levou à reflexão sobre a necessidade de um “radical compromisso democrático”. Ele apontou que o autoritarismo não é exclusivo da direita, mencionando a situação na Venezuela como um exemplo de fenômeno autoritário a ser combatido.
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