O que está por trás da tensão entre Venezuela e EUA

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Uma frota de navios militares dos Estados Unidos está a caminho da América do Sul e deve chegar a águas internacionais próximas à Venezuela neste domingo. Essa movimentação intensifica as tensões entre a Casa Branca e o governo de Nicolás Maduro.

A operação, ordenada pelo presidente Donald Trump, tem como objetivo declarado o combate ao narcotráfico na região. No entanto, seus reais desdobramentos ainda são incertos e já soaram alarmes em alguns países da América Latina.

Trump e Maduro: uma rivalidade antiga

Desde 2019, Washington e Caracas não mantêm relações diplomáticas formais. O rompimento aconteceu quando a Casa Branca reconheceu Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, como presidente interino após a Assembleia Nacional não reconhecer a reeleição de Maduro. Desde então, os EUA impuseram sanções a Caracas, e a possibilidade de uma intervenção militar foi mencionada por Trump.

Embora houvesse uma leve esperança de reaproximação em julho, após uma troca de prisioneiros, a situação se deteriorou rapidamente. O governo americano classificou o Cartel de los Soles como uma organização terrorista internacional, afirmando que era liderado por Maduro.

Trump ainda assinou uma diretriz confidencial que pediu ao Pentágono para agir contra grupos narcotraficantes na América Latina, aumentando as tensões na região.

O que está em jogo?

O Departamento de Estado dos EUA dobrou a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro de 25 milhões para 50 milhões de dólares e o acusou de ser um dos principais líderes do narcotráfico, colaborando com cartéis conhecidos. A Casa Branca, por meio da sua porta-voz, afirmou que Maduro não é um presidente legítimo, mas sim um “cartel narcoterrorista”.

A mobilização militar americana pode sinalizar uma tentativa de reativar a Doutrina Monroe, que visa afirmar a hegemonia dos EUA sobre a América Latina, contexto que remete à história de intervenções na região.

Detalhes da frota militar

A frota militar dos EUA, que foi anunciada pela Reuters, inclui:

  • Três contratorpedeiros com tecnologia avançada de mísseis.
  • Três navios de assalto anfíbio, capazes de desembarcar tropas e equipamentos.
  • Um submarino de propulsão nuclear.
  • Aviões de patrulha P-8 Poseidon.

O efetivo cerca de 4.500 militares, dos quais 2.200 são fuzileiros navais. Inicialmente, a frota deveria chegar na quarta-feira, mas a missão foi adiada devido ao furacão Erin.

Possíveis cenários para a ordem de Trump

Trump tem explorado a mobilização das Forças Armadas em diversas questões internas e no combate ao narcotráfico. O uso militar para combater o narcotráfico não é inédito; um exemplo é a invasão do Panamá em 1989. Caracas, por sua vez, considera várias possibilidades em torno da frota, desde restrições ao movimento de navios a potenciais ataques direcionados.

A reação de Maduro

Maduro qualificou a movimentação dos EUA como uma “ameaça bizarra” e anunciou o deslocamento de 4,5 milhões de milicianos armados em resposta. Ele nega quaisquer vínculos com o narcotráfico e critica as acusações feitas pelos americanos.

Críticas dos países vizinhos

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, criticou as manobras dos EUA, reiterando a importância da autodeterminação e da não-intervenção. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, alertou que uma invasão à Venezuela poderia exacerbar a situação, colocando o país em um cenário semelhante ao da Síria.

O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente, mas está monitorando a situação e avaliando as próximas ações.

Como você vê a movimentação dos EUA e as possíveis consequências para a Venezuela e a região? Deixe suas opiniões nos comentários!

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