POLÍTICA
Acordo de paz deve incluir reparação para vítimas

Alice Jill Edwards –
Tortura e maus-tratos de prisioneiros são parte da estratégia da guerra entre Rússia e Ucrânia. Essa afirmação é da relatora especial da ONU sobre Tortura, Alice Jill Edwards, que conversou com a Agência Brasil durante os três anos e meio de conflito. Edwards já esteve na Ucrânia e defende que reparações para as vítimas devem estar nas negociações de paz.
Alice Edwards, advogada e funcionária do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, avaliou diversos relatos de abusos com base em testemunhos de ex-prisioneiros. Ela coletou informações de civis e militares que estiveram sob custódia russa, revelando “testemunhos angustiantes” sobre os métodos de tortura aplicados.
Um dos métodos comumente relatados foi o uso de cargas elétricas. Outros tipos de tortura incluem agressões físicas, simulações de execuções e humilhações públicas. Edwards destacou que muitos prisioneiros enfrentaram fome extrema e condições desumanas, com alguns detentos chegando a perder cerca de 40 quilos.
A Agência Brasil tentou entrevistar as embaixadas da Rússia e da Ucrânia, mas não obteve resposta sobre as alegações.
Estratégia russa
A ONU conclui que a tortura é parte da estrategia militar russa. Segundo Edwards, isso serve para obter informações, incutir medo e punir aqueles que apoiam a Ucrânia. Para ela, esses atos não são isolados, mas sim sistemáticos e organizados.
A relatora também menciona que houve denúncias de tortura por parte de forças ucranianas contra prisioneiros russos, e estas devem ser investigadas.
Acesso às prisões
Edwards relatou que obteve acesso a prisioneiros na Ucrânia, onde visitou instalações e coletou testemunhos. Em contraste, a Rússia recusou seu pedido para visitar áreas sob controle russo.
Direito internacional em jogo
A relatora explicou que o direito internacional, especialmente as Convenções de Genebra, assegura que todos os prisioneiros de guerra devem receber tratamento humano. A tortura é proibida “em qualquer circunstância” e caracteriza crime de guerra.
Caminho para a paz
As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia permanecem estagnadas. Um acordo recente envolveu a troca de 1,2 mil prisioneiros de cada lado, mas há necessidade urgente de incluir justiça e reparação para as vítimas nas tratativas de paz.
Alice Edwards enfatiza que a paz não pode ser apenas sobre questões territoriais, mas deve incluir a investigação de violações de direitos humanos para restaurar a justiça.
Contexto do conflito
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 remonta a tensões antigas e disputas territoriais. A extensão do conflito está ligada a questões de influência na região e à resistência da Ucrânia em se aproximar da Europa Ocidental, o que a Rússia vê como uma ameaça.
Apesar das reuniões recentes entre líderes mundiais, ainda não se chegou a um acordo de cessar-fogo, e a situação continua crítica. Com o novo governo dos Estados Unidos sob Donald Trump, espera-se que haja um novo impulso para encontrar uma solução.
Como você vê a situação atual entre Rússia e Ucrânia? Deixe sua opinião nos comentários abaixo. Queremos saber o que você pensa sobre esse assunto!
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