OKÊ ARÔ! SALVE O REI! Venha se surpreender com ‘Oxóssi’, uma história em quadrinhos que traz um sopro de vida aos super-heróis, agora sob o calor e a essência de Salvador. O trabalho de Pedro T.O.S. Ribeiro e Chao Gizan transforma a realidade soteropolitana em um épico vibrante, onde a cultura e a espiritualidade se entrelaçam com a ação.
A trama começa de maneira impactante: um jovem é baleado e, à beira da morte, passa por um encontro místico que lhe confere uma segunda chance, além de superpoderes. Ele retorna à vida com a missão de se vingar de quem lhe fez mal, armando-se dos poderes dos orixás. Mas aqui, o cenário não é um universo genérico, e sim a Salvador, sua cidade natal, que se transforma em um verdadeiro personagem da narrativa.
Este é o terceiro número da série que vem encantando leitores. Nele, William adota o nome e a força de Oxóssi, o caçador que, com seu arco e flecha, simboliza a proteção e a abundância de seu povo. A cidade é apresentada como um palco dinâmico, onde a saga de vingança se desenrola nos becos e praças heroicas de uma Salvador vibrante.
A arte de Chao Gizan captura a essência das ruas, traduzindo elementos urbanos com maestria. Os ângulos que exploram a cidade em toda a sua grandeza provocam um senso de pertencimento. Gizan comenta a importância de Salvador como protagonista: suas paredes, grafites e murais contam histórias, ecoando a voz da periferia que a maioria ignora.
Pedro Ribeiro enfatiza que escrever sobre a cidade é uma jornada íntima. Ele deseja que os leitores vejam nela algo que lhes seja familiar, mas ao mesmo tempo universal. Para ele, as soluções para os desafios urbanos são tão reais quanto o próprio desafio de criar um herói que dialogue com os problemas genuínos da população.
‘Oxóssi’ também toca em temas como intolerância religiosa e a influência política em áreas mais vulneráveis. Ribeiro defende que os quadrinhos não são apenas para crianças; em várias partes do mundo, eles têm se mostrado um espaço para abordar questões sociais complexas, usando alegorias profundas e impactantes. O autor busca não catequizar, mas abrir um laboratório onde a luta por justiça possa ser explorada.
A representação dos orixás, tanto visual quanto temática, é um dos pontos altos da obra. Em uma escolha ousada, a produção é feita em preto e branco, o que ressalta a grandiosidade das divindades de forma respeitosa e poderosa. Chao, ciente dos tabus, abraçou essa tarefa com coragem, trazendo uma dimensão cósmica que reverencia a ancestralidade de modo sublime.
Essa harmonização entre a arte e a espiritualidade se reflete em cada página, onde o mistério e a majestade se juntam para retratar a profundidade das crenças afro-brasileiras. Os traços são como uma ode à grandeza dos orixás, em uma narrativa cuidadosamente construída para ressoar na alma de Salvador e de todos que a habitam.
Ficou curioso? Convidamos você a mergulhar nesse universo e compartilhar suas impressões! Que tal deixar seu comentário abaixo? Vamos juntos discutir a riqueza dessa obra que celebra não apenas a força dos super-heróis, mas a força da nossa cultura.
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