Os partidos que reúnem as principais figuras opositoras ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preparando-se para uma disputa presidencial acirrada em 2026, controlam atualmente 11 ministérios no governo petista. Este cenário reflete um jogo político complexo e estratégico.
Recentemente, a convenção que formalizou a “superfederação” entre o União Brasil e o Progressistas (PP), integrantes dessa frente anti-Lula, ocorreu em Brasília e foi marcada por críticas contundentes ao atual governo. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), destacou-se como a principal aposta do grupo, embora tenha reiterado suas intenções de buscar a reeleição em seu estado.
Embora não seja filiado a nenhuma das agremiações da federação, Tarcísio discursou no evento. O Republicanos ocupa o Ministério de Portos e Aeroportos, liderado por Silvio Costa Filho. Por sua vez, o PP está à frente do Ministério do Esporte, sob a direção do deputado licenciado André Fufuca.
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, já sinalizou, em mais de uma ocasião, a possibilidade de a sigla abandonar o governo. “Se houver defesa dessa desidentificação que se diz progressista, nós vamos desembarcar deste governo rapidamente”, afirmou recentemente.
O União Brasil, por outro lado, possui ministros como Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que, embora não sejam vinculados à legenda, são indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Na convenção, o governador Ronaldo Caiado (União-GO), pré-candidato à Presidência, afirmou que a “solução é derrotar Lula”. “Partido tem que ter lado, tem que ter posição clara. É preciso ter candidato próprio”, enfatizou.
A nova federação, apesar de se apresentar como oposicionista, não veta a presença de filiados no governo petista. A discussão sobre o futuro dos ministros do Lula foi adiada até a realização da convenção da aliança.
Outro partido que almeja compor a frente anti-Lula é o PSD, de Gilberto Kassab, que já lançou dois nomes como pré-candidatos: os governadores Ratinho Jr. (Paraná) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul). O PSD indicou que apoiará Tarcísio se ele decidir concorrer à presidência.
Embora mantenha três ministérios no governo, Kassab não compareceu à convenção da União Progressista, mas esteve presente em um jantar promovido por Antônio Rueda, presidente do União Brasil.
O MDB, que também possui três ministérios e representantes favoráveis a Lula, tem projetado uma possível participação na “frente anti-Lula” para 2026. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), próximo a Tarcísio e crítico do PT, é uma figura importante nesse contexto.
Embora alinhe-se com o bolsonarismo, especialmente após o apoio que recebeu de Jair Bolsonaro nas eleições municipais, o MDB vive tensões internas. Enquanto figuras como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, se aproximam da oposição, uma ala favorável ao governo Lula permanece, especialmente entre políticos do Nordeste.
Atualmente, os ministros do MDB incluem Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), refletindo a diversidade interna deste partido com suas diferentes estratégias e posicionamentos.
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