No coração da Bahia, uma revolução silenciosa aguarda para ser descoberta. Pesquisadores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) trazem à tona as valiosas reservas de Terras Raras, elementos essenciais que alimentam a tecnologia global — desde smartphones até veículos elétricos. Embora o Brasil possua a segunda maior reserva mundial, a exploração desse tesouro frequentemente recai em mãos estrangeiras, especialmente em municípios como Belmonte, Jequié, Ubaíra, Jiquiriçá e Prado.
Os elementos das “Terras Raras”, que incluem lantanídeos, escândio e ítrio, são mais abundantes do que o nome sugere, mas sua extração é um desafio. O professor Jorge Menezes, líder do Grupo de Materiais Fotônicos da UFRB, destaca que a complexidade de separação e purificação torna difícil a sua exploração econômica. Enquanto a China domina o mercado, com impressionantes 270 mil toneladas extraídas em 2024, o Brasil só conseguiu extrair 20 toneladas, um reflexo da falta de estratégia nacional nessa área.
Na Bahia, projetos de mineração estão se formando em pelo menos seis municípios, com interesse de empresas estrangeiras do Canadá, Austrália e Estados Unidos. Os depósitos de monazita, localizados em regiões históricas como Cumuruxatiba, são um indicativo do potencial enorme que esse setor possui. Para Menezes, a verdadeira oportunidade não está apenas em exportar o minério bruto, mas em desenvolver toda a cadeia produtiva. “A Bahia tem o potencial de ser autossuficiente, desde a prospecção até a criação de produtos finais, como ímãs e dispositivos fotônicos”, afirma.
Entender a diferença entre materiais críticos e estratégicos é fundamental. Os primeiros são essenciais para setores como tecnologia e energia, apresentando riscos de escassez devido à sua extração concentrada em poucos países. Já os materiais estratégicos são vitais para a soberania nacional e segurança. No contexto brasileiro, as Terras Raras se enquadram em ambas as categorias, representando uma chance única de autonomia tecnológica e industrial.
O grupo de pesquisa da UFRB não apenas explora essas possibilidades, mas também desenvolve inovações, como nanoceluloses dopadas com íons de európio, utilizadas em sensores inteligentes, e filmes finos luminescentes para dispositivos ópticos. A criação de uma rede de pesquisa, que inclui colaborações com diversas instituições nacionais e internacionais, busca transformar conhecimento científico em desenvolvimento econômico e social.
A Bahia tem a chance de se posicionar como protagonista nesse novo cenário, fortalecendo sua cadeia produtiva e formando especialistas capacitados. O que você pensa sobre essa oportunidade? Compartilhe sua opinião nos comentários e vamos discutir como essa riqueza pode impactar o futuro econômico da Bahia!
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