Um novo relatório da Polícia Federal (PF), enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), traz evidências contundentes que podem levar ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no inquérito 4995/DF. A investigação, solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), investiga caos e obstrução de processos relacionados a organização criminosa e tentativas de subverter o Estado Democrático de Direito.
O documento, que chegou até nós por meio do Bahia Notícias, revela a ingerência contínua do ex-presidente em atividades que foram proibidas. Desde a apreensão de um celular em julho, Bolsonaro não apenas desrespeitou restrições veiculadas pelo STF, mas ainda ativou um novo aparelho e voltou a sua intensa presença digital.
Os investigadores descobriram que, através de listas de transmissão no WhatsApp, Bolsonaro disseminava mensagens políticas e se posicionava criticamente em relação ao STF. Parte do conteúdo se referia à chamada Lei Magnitsky, insinuações de sanções internacionais contra ministros da Corte, especialmente Alexandre de Moraes.
Figuras como o pastor Silas Malafaia estavam envolvidas, incentivando Bolsonaro a ignorar as restrições judiciais. Mensagens revelam que, menos de uma hora após ativar o novo celular, Malafaia fez um apelo a Bolsonaro para que disseminasse vídeos e organizasse uma mobilização de deputados para um evento marcado para 3 de agosto.
Foto: Reprodução
Para se esquivar das imposições, Bolsonaro utilizou aliados, como o deputado Capitão Alden (PL-BA) e apoiadores nas redes sociais. Esta estratégia, conforme a PF, revela um intento deliberado de contornar as medidas impostas pelo STF.
O relatório revela ainda que Bolsonaro infringiu ordens judiciais ao manter contato com o aliado Braga Netto, que era alvo de uma investigação na Operação Tempus Veritatis. Para piorar, ele interagiu com Martin De Luca, um advogado norte-americano ligado à Trump Media e à plataforma Rumble, a respeito de ações nos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes.
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De Luca chegou, no mesmo dia do anúncio, a enviar uma petição a Bolsonaro em um tribunal norte-americano, contestando uma decisão do STF. Uma cópia traduzida do documento foi achada na casa do ex-presidente. Também foram encontrados registros de conversas em que Bolsonaro buscava conselhos do advogado sobre textos que glorificavam Donald Trump e criticavam o Judiciário brasileiro.
Outro ponto alarmante é a descoberta de um arquivo no celular de Bolsonaro chamado “Carta JAIR MESSIAS BOLSONARO.docx”. Datado de fevereiro de 2024, o documento continha um pedido formal de asilo político ao presidente argentino Javier Milei, apresentando a alegação de que estava sendo perseguido no Brasil.
Diante dessas revelações, o relator Alexandre de Moraes deu um prazo de 48 horas para que a defesa de Jair Bolsonaro se posicione sobre as infrações e o suposto risco de fuga. Após isso, caberá à PGR definir quais medidas poderão ser tomadas contra o ex-presidente e os outros envolvidos.
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