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PM apura suspeita de clonagem em cartões de câmeras corporais em SP

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A Polícia Militar de São Paulo está no centro de uma investigação que alerta para o potencial uso indevido de cartões utilizados nas novas câmeras corporais da corporação, fornecidas pela Motorola Solutions. Recentemente, um soldado do litoral sul do estado tem oferecido, via WhatsApp, clonagem de cartões por apenas R$ 20, prometendo transferir os dados para uma tag eletrônica genérica.

Em resposta às revelações, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a credencial RFID serve unicamente para identificar os policiais, não concedendo acesso ao sistema das câmeras. Segundo o soldado, a ideia por trás da clonagem seria facilitar a tarefa diária dos policiais, evitando a perda das credenciais utilizadas no início e no final dos turnos.

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Tag genérica potencialmente usada para acessos indevidos.

Entretanto, especialistas alertam que a clonagem dos cartões abre brechas para que policiais acessem as câmeras em nome de outros. Isso poderia resultar em registros de ocorrências que não poderiam ser rastreados no sistema. A SSP reafirmou que a identificação dos cartões RFID se integra à escala de serviço, permitindo rastreabilidade e individualização das condutas dos policiais.

Conforme explicou a SSP, a função dos cartões vai além do que sugere a situação. “Esses dispositivos não permitem alterações ou comandos no sistema das câmeras”, ressalta a instituição.

Venda das tags clonadas

O soldado, em conversa com a reportagem do Metrópoles, afirmou já ter realizado cópias para cerca de 60 policiais. Ele compartilha com entusiasmo: “Aqui eu fiz para o batalhão inteiro. É um processo rápido. Em menos de um minuto, copio as informações e transfiro para uma tag de chaveirinho.”

“Utilizo uma máquina específica que lê e copia o sinal RFID. Você me empresta seu cartão, eu faço a cópia e devolvo”, completou.

Consequências e riscos

A advogada Juliana Maia adverte que um sistema vulnerável à clonagem pode permitir que um policial utilize dados de outro para liberar câmeras em ocorrências. Isso compromete a autenticidade das gravações, já que poderiam ficar vinculadas a outro profissional e não ao real responsável pelo registro.

“A capacidade de alterar a autoria das imagens torna praticamente impossível encontrar registros no sistema. A integridade e autenticidade das informações são vitais. Sem um método robusto que assegure a identidade do policial vinculado à câmera, corre-se risco de violar a cadeia de custódia das provas”, finaliza.

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