A realidade do saneamento básico no Brasil é alarmante: apenas oito dos cem maiores municípios do país conseguem tratar 100% de seu esgoto. Este dado, trazido pelo Ranking do Saneamento 2025 do Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, destaca a gravidade da situação e a necessidade urgente de ações efetivas.
O estudo revela que mais da metade das cidades com tratamento total de esgoto estão nas regiões Sul e Sudeste. Em contrapartida, a Região Norte conta apenas com Boa Vista, enquanto Salvador se destaca no Nordeste, e o Centro-Oeste não apresenta municípios na lista. Essa disparidade geográfica evidencia a desigualdade no acesso a serviços básicos essenciais.
Um dos principais desafios identificados no relatório é o tratamento de esgoto, que se mostra como o gargalo mais significativo na busca pela universalização do saneamento no Brasil. Para Luana Pretto, presidente executiva do Trata Brasil, é imperativo aumentar os investimentos nesse setor. Ela enfatiza que é necessário unir o esforço público e privado: “Precisamos mais que dobrar esse volume de investimentos para alcançar a universalização do acesso ao saneamento.”
No total, 21 municípios apresentaram taxas acima de 80%, sendo considerados universalizados nessa questão, mas é preocupante que 27 deles tratem menos de 40% do esgoto gerado. O estudo aponta que, em média, os 100 maiores municípios do Brasil tratam apenas 65,11% de seu esgoto.
A falta de saneamento básico adequado acarreta sérios problemas de saúde pública, contribuindo para o aumento de doenças relacionadas, como diarreia, leptospirose e hepatite A. O tratamento inadequado de esgoto gerou, no último ano, 344,4 mil internações por doenças decorrentes de condições sanitárias insatisfatórias. Este cenário revela a urgência de se investir em soluções sustentáveis e efetivas.
Os oito municípios que atingiram a meta de tratamento de 100% de esgoto são:
- Niterói (RJ)
- Jundiaí (SP)
- Maringá (PR)
- Cascavel (PR)
- Piracicaba (SP)
- Petrópolis (RJ)
- Boa Vista (RR)
- Salvador (BA)
A análise do estudo se fundamenta em três dimensões principais: o nível de atendimento à população, a melhoria do atendimento em saneamento e a eficiência do serviço. Assim, indicadores como abastecimento de água e tratamento de esgoto foram cruciais para entender o panorama atual.
Como você vê a situação do saneamento em sua cidade? Compartilhe suas experiências e reflexões nos comentários!
Comentários Facebook